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Seleção genômica melhora resistência de bovinos a carrapatos

Solução apresenta baixo custo e é permanente no combate do parasita
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FOTO: EMBRAPA

O chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, pesquisador Fernando Cardoso, foi um dos palestrantes do seminário Seleção Genética – desempenho animal e resistência ao carrapato, realizado na última terça-feira (03), no auditório da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), em Porto Alegre.

O evento, preparado pela Farsul, reuniu especialistas de diferentes países, e de acordo com o consultor técnico da entidade e responsável pela organização, José Fernando Piva Lobato, foi um momento fundamental para trazer ao pecuarista gaúcho a importância da genética animal para aumentar a produtividade, segurança e eficiência do setor.

A palestra realizada pelo pesquisador teve como tema as iniciativas globais para melhorar a resistência dos bovinos aos carrapatos por meio da seleção genômica, e foi elaborada em parceria com a pesquisadora Heather Burrow, da Universidade da Nova Inglaterra, da Austrália.

Segundo Cardoso, a seleção de animais resistentes ao parasita é uma solução de baixo custo e permanente para o problema. Com a utilização da genética molecular, o processo ficou mais acessível e rápido para o setor produtivo. Na seleção pela resistência ocorre uma diminuição da carga de carrapatos nos animais e também da infestação nas áreas de criação.

“A genômica possibilita dobrar a velocidade da seleção em relação ao melhoramento tradicional, por meio dos ganhos de acurácia”, explica o pesquisador.

De acordo com Cardoso, os prejuízos causados pelo carrapato são comuns em todas as regiões tropicais e subtropicais do mundo. “Segundo um estudo de 2016, os prejuízos causados pelo parasita no mundo são superiores a 30 bilhões de dólares, impactando produtores de diferentes países”, afirma o palestrante.

O pesquisador também falou sobre a busca internacional de soluções para combater o carrapato, que a Embrapa participa. Ele citou a criação do Consórcio Internacional do Carrapato, coordenado pelo Centro para Genética e Saúde da Pecuária Tropical (CTLGH), localizado na Universidade de Edimburgo, no Reino Unido e que envolve países da África, Oceania, Europa e das Américas.

As primeiras ações do consórcio foram a união de bancos de dados do Brasil, África do Sul e Austrália com informações de predição genômica para resistência de diversas raças de bovinos de corte.

“A cooperação internacional é um caminho para unir esforços em busca de soluções para problemas comuns e é fundamental para o desenvolvimento de ferramentas que contribuam para a seleção genômica de bovinos com sangue taurino mais resistentes ao carrapato”, conclui Cardoso. 

Fonte: EMBRAPA, adaptado pela equipe FeedFood.

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