Aquela ideia de que o produtor rural quer fazer tudo “do jeito que sempre foi feito”, já está caindo por terra. Com um nível de escolaridade bem maior do que há 30 e 40 anos, um olhar mais técnico e muito mais abertura para o uso de tecnologias, o Brasil já tem uma nova geração de produtores rurais que assume cada vez mais protagonismo no agronegócio.
Essas são conclusões de um recente estudo da EY, empresa de consultoria e auditoria. A pesquisa foi realizada em parceria com a CropLife Brasil, associação que reúne empresas atuantes na cadeia produtiva do agro.
O estudo revela que quase 60% dos empreendedores rurais no Brasil são formados por jovens, ou seja, pessoas na faixa etária entre 25 e 44 anos. Outro estudo feito pela consultoria especializada Fruto Agrointeligência revela que, no Brasil, a idade média do agricultor está em torno de 46 anos, contra 58 do americano e 60 contra os europeus, que são hoje os principais concorrentes do Brasil no setor agro.
Ainda segundo o levantamento, alguns setores da agricultura nacional já estão sendo “dominados” pela nova geração, como os produtores de algodão, segmento em que 60% têm menos de 35 anos e 52% têm curso superior. Em seguida vem os agricultores do Cerrado, onde 44% estão abaixo dos 35 anos, e dos quais 42% possuem curso superior. Depois temos os produtores de horticultores, dos quais 40% têm menos de 35 anos e 26% deles têm curso superior.
O CEO do Grupo Pivot, Cauê Campos, empresa que comercializa máquinas agrícolas e sistemas de irrigação, comenta que o agronegócio brasileiro está cada vez mais maduro e chegando a um patamar de eficiência e produtividade jamais visto no mundo.
“As novas tecnologias em maquinário, implementos e de irrigação que temos disponíveis hoje buscam solucionar justamente essa delicada equação entre produtividade, qualidade e sustentabilidade, uma preocupação forte dessa nova geração de produtores”, afirma.
O profissional vem da segunda geração da empresa (ele é filho do empresário Jorge Campos, um dos fundadores do Grupo Pivot) e reconhece que os produtores rurais de hoje têm de fato um perfil diferente do que décadas atrás. Para o executivo, com as tecnologias que chegam ao campo atualmente, o Brasil embarca em um novo momento de seu agronegócio.
De acordo com executivo, além dos equipamentos de irrigação e maquinário agrícolas (tratores, colheitadeiras, pulverizadores), hoje também existem várias soluções digitais que auxiliam o produtor rural na gestão do seu negócio. “Essas soluções digitais estão agregadas em equipamentos como tratores com sistemas de piloto automático, passando por colheitadeiras com mapeamento de área e até sistemas de irrigação com estação meteorológica, hoje os equipamentos e ferramentas tecnológicas que temos nos insere na chamada agricultura 4.0”, afirma.
Fonte: AI, adaptado pela equipe FeedFood.
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