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5 benefícios do agro para a sua saúde

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Natália Ponse, da redação
natalia@ciasullieditores.com.br

Com a disseminação mais fluída de informações pela internet, o consumidor se viu com acesso praticamente infinito a dados sobre saúde e bem-estar. As tendências para isso originam-se em fatores como o envelhecimento das populações, as descobertas científicas, a renda e o estilo de vida nas grandes cidades, influenciando a busca de uma alimentação equilibrada.

Em 2010, o estudo Brasil Food Trends 2020, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), revelou que mais de 20% dos brasileiros já têm hábitos alimentares influenciados pelas preocupações com saudabilidade, bem-estar, sustentabilidade e ética.

São diversos os segmentos de consumo que estão surgindo a partir dessas tendências. O erro é que muitos pensam que a produção de proteína animal não é incluída nesse grupo. Ledo engano. Os benefícios do consumo de carnes e ovos são intensamente recomendados por especialistas – difícil mesmo é vencer o senso comum, repercutido sem veracidade pelas redes sociais. Para a missão, convidamos a nutricionista Thaliane Dias, que já participou de uma matéria da feed&food.

“As carnes são fontes de proteínas de alto valor biológico, vitaminas do complexo B. São fonte de lipídeos saturados, mono e polinsaturados. Existe uma divisão entre as gorduras encontradas na carne, das quais grande parte é considerada como saudável e mesmo as piores em pequenas quantidades são essenciais para funções vitais do organismo e não produzem qualquer prejuízo para a saúde”, explica a especialista.

Para ela, e importante entender que a gordura saturada é prejudicial quando consumida em grande quantidade, contudo, uma pequena porcentagem dessa gordura é necessária, pois possuem funções primordiais: fornecer energia para o corpo, proteção e manutenção da temperatura pelo revestimento lipídico, formação de membranas celulares, transporte e absorção de algumas vitaminas que são lipossolúveis.

“Cabe ressaltar, ainda que as carnes vermelhas são excelentes fontes de ferro-heme (de alta biodisponibilidade) e que a diferença está na quantidade deste elemento em cada uma das proteínas; assim como outros minerais (zinco, selênio, magnésio) e vitaminas do complexo B”, complementa a profissional.

Mas, vamos ao que interessa: quer saber quais são os benefícios do consumo de proteína, para poder rebater argumentos mentirosos por aí? Confira abaixo!

CARNE BOVINA. “A carne bovina possui diversos componentes benéficos para a saúde humana. É fonte de proteínas de alto valor biológico, e também de vitaminas do complexo B, entre elas a niacina, tiamina, riboflavina, ácido pantotênico. Dentre os principais minerais presentes na carne bovina apresentam-se o ferro, zinco, potássio, fósforo e manganês. Outro componente importante encontrado é o Ácido Linoléico Conjugado (CLA) e os ácidos graxos das séries ômega 6 e 3. Vale ressaltar que a carne bovina brasileira é mais suculenta comparativamente a outros países produtores (EUA, Europa e Austrália) em virtude do tipo de animal produzido no Brasil”.


CARNE SUÍNA. “É uma carne com um valor nutricional relevante mesmo em pequenas quantidades e tem preços acessíveis e é fácil de ser encontrada. A carne suína é fonte de fósforo, potássio, riboflavina, niacina, vitamina B6 e vitamina B12 e tem ainda em sua composição ferro de alta biodisponibilidade. Por exemplo, 85 g de lombo de suíno fornecem, 22 g de proteína, cerca de 3 g de gordura total, 1 g de gordura saturada e 62 mg de colesterol. Se pararmos para pensar, 85 gramas é um bife bem pequeno!


Algumas pessoas têm dúvidas quanto à forma de preparo ideal para a carne suína. É importante prepará-la da mesma forma como seriam preparados outros tipos de carnes. Como qualquer tipo de proteína animal é importante escolher os cortes mais magros para o consumo diário e preferir os cortes com maiores teores de gordura em eventualidades e ter atenção com a procedência do produto, garantindo que tenha selo de inspeção federal, municipal ou estadual. A procedência é o ponto chave quando se fala de cuidados ao consumir qualquer produto. Lembrando-se de preferenciar os preparas assados, grelhados e cozidos”.

CARNE DE FRANGO. “A carne de frango é a carne mais consumida no Brasil e reconhecida por sua versatilidade. Os inúmeros cortes de frango possuem composições nutricionais diferentes e o alimento destaca-se por ter diversos cortes de baixa caloria. Assim como a carne bovina e suína possui boa digestibilidade. 
A carne de frango fornece nutrientes necessários em dietas equilibradas, como lipídios proteínas, vitaminas e minerais, que variam de acordo com a raça, linhagem, idade e condições higiênicas do animal. E, tendo em vista que os produtos da avicultura são de baixo custo e de fácil acesso principalmente para os consumidores de baixa renda, torna-se necessário levar informações corretas sobre os produtos avícolas para a população”.

PEIXE. “O pescado embora seja pouco consumido no Brasil, tem relevantes características nutricionais. Peixes, quando consumidos diretamente ou processados, podem fornecer uma grande variedade de substâncias de interesse nutricional. A composição detalhada de peixes, incluindo o pescado no geral, pode ser encontrada em diferentes bases de dados, como o Food and Nutrition Information Center (FNIC) e Tabela de Composição dos Alimentos (TACO).


Dependendo das espécies marinhas, o peixe é composto por um teor de água que varia entre 60-80% em peso e os invertebrados marinhos 53-96%. A fração com maior valor proteíco corresponde a cerca de 12-20 %, a menor fração é a não proteica, com cerca de 1-2%, sendo assim é bem variável dependendo da espécie. Também possui aminoácidos de alto valor biológico e a sua digestibilidade é fácil. Os peixes contêm, em média, cerca de 35 a 100 mg de colesterol. Contudo, os crustáceos, incluindo os camarões, apresentam elevado teor de colesterol (cerca de 100-150 mg/100 g)”.

OVO. “Os ovos de galinha pesam em média cerca de 55g e são compostos de aproximadamente 9.5% de casca, 63% de albumina e 27.5% de gema. A gema consiste em aproximadamente cerca de 16 g em média do peso do ovo, compostos de 51-52% de água, 16-17% de proteína e 31-33% de lipídios, incluindo colesterol, vitaminas lipossolúveis, e alguns minerais.


Os lipídios são os componentes mais abundantes da gema, representando aproximadamente 60% do peso da gema na matéria seca, e os maiores constituintes são lipoproteínas de baixa e alta densidade, os famosos LDLs (Low Density Lipoprotein) e HDLs (High Density Lipoprotein (Jacobsen et al., 2013). O conteúdo de colesterol pode variar de 210-215 mg. É uma proteína bem prática e pode ser consumida de diferentes formas, em omeletes, cozida ou até ovos mexidos”.

Mas, e as dietas vegetarianas? Quando são balanceadas nutricionalmente e há ingestão adequada de frutas, verduras, cereais e oleaginosas, dentre outros, elas podem atender os teores de proteínas e de outros nutrientes necessários para a saúde humana, principalmente se incluírem ovos e leite. “Contudo, na maioria dos casos, a suplementação de vitamina B12 será necessária, já que é proveniente apenas de carnes”, complementa. No caso das dietas veganas, a suplementação precisa ser ainda mais intensa, em razão da exclusão de ovos e leite.

Se você não quer se submeter a este tipo de dieta sem componentes proteicos de origem animal, não se sinta culpado. São inúmeros os benefícios destes na alimentação humana – e, acredite, muito do que você ouve por aí, tentando te convencer do contrário, é mentira.