Dentre as grandes revoluções do agro brasileiro, Alcides Torres, o Scot, fundador da Scot Consultoria, ressalta três: a vinda dos zebus para o País, a chegada dos capins africanos em nosso pasto e seu melhoramento, e também a suplementação alimentar, que norteou o progresso da pecuária. Agora, ele pontua, existe um outro avanço: o da genética. “A pecuária deste século é completamente diferente daquela no século passado”, diz.
O que, hoje, ocorre ainda mais intensamente do que há 100 anos é o ciclo. “Quando retenho uma matriz para produzir bezerro, a oferta de boiadas que vão para abate diminui e, assim, a cotação da arroba sobe”, explica e acrescenta: “Com o tempo, o mercado terá mais bezerros, e é o que está acontecendo desde o segundo semestre do ano passado”.
Todo ano, Scot define, o pecuarista é pego “de calça curta”. “Ele não acredita que o mercado vai virar”, reflete. Quando se formou, continua, o ciclo era de dez anos; depois, passou para oito e, atualmente, o produtor vive um ciclo de quatro a seis anos. Mas, por que isso ocorre? “É em razão do advento do uso de tecnologia”, indica.
E, nestes últimos anos, o fundador da Scot Consultoria acredita que o brasileiro deve dar “graças” aos chineses por impulsionarem uma nova revolução no mercado verde e amarelo. “Na hora em que eles exigiram bovinos de 30 meses, acabou estimulando a produção precoce. Então, nós já tínhamos conhecimento para isso – mas não o estímulo financeiro. Com isso, esse estímulo surgiu”.
Em sua visão, ele conta que a volatilidade é uma característica da pecuária. A arroba do boi, por exemplo, antes, subia ou caía a um real. “De repente, estamos com a arroba subindo dez, quinta, caindo vinte. Virou uma bolsa de valores”, brinca.
E essa é uma forte razão para que o pecuarista vá em busca de informações seguras. “Agora, este é um bom ano para investimento, não há dois anos. Dois anos atrás era a hora de acumular capital para investir agora, na queda de preço”, diz e finaliza: “Temos de ser rápidos na decisão”.
Coluna mensal da Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (Asbram)
LEIA TAMBÉM:
Abate de bovinos cresce e avicultura bate recorde
Do pequeno ao grande produtor, País se beneficia do Agro
Recorde: safra 2023 pode chegar a 305,4 milhões de toneladas
.