Presidente da ACAV pontua que ação servirá para evitar desabastecimento interno
Frente à disparada dos preços de grãos usados na ração animal, produtores de aves de Santa Catarina defenderam a criação de uma cota de exportação, como conta uma recente reportagem do portal de notícias Valor Econômico.
De acordo com o informativo, a ideia da ação “não é limitar pura e simplesmente a exportação, mas definir uma taxação que seria aplicada para volumes acima de um determinado limite”.
“Não se trata de intervenção, mas de moderação”, afirmou o presidente da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), José Antonio Ribas, em artigo divulgado nesta quinta-feira (29).
Para ele, a taxação para os volumes adicionais à cota serviria para “evitar desabastecimento interno”. “O Brasil, como país capitalista e adepto da liberdade econômica, não tolera propostas de confisco de produção ou contingenciamento de exportação, porém algumas situações precisam ser revistas”, pontuou Ribas.
Ainda segundo a avaliação do mesmo “não é racional exportar toda a produção e deixar o mercado interno fragilizado, ameaçado de ver o gigantesco parque agroindustrial da carne paralisado por falta de grão”.
No material compartilhado pela ACAV, também é apontado que a que a forte alta dos preços dos grãos — um reflexo também da valorização do dólar — e a consequente “exportação excessiva” tornou a questão do abastecimento interno de grãos “perturbadora”.
Nos últimos doze meses, o preço do milho subiu mais de 90%, conforme levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vinculado à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). As cotações de soja e milho estão em patamar recorde, espremendo a margem de lucro dos criadores de aves e suínos. Grandes empresas, como Seara (JBS) e BRF, também são afetadas pelo aumento de custos.
Fonte: Valor Econômico, adaptado pela equipe feed&food.