Equipe da UFRJ conquistou o primeiro lugar na disputa
A maratona de inovação da Embrapa Gado de Leite, Vacathon, anunciou os vencedores da edição deste ano voltados à cadeia leiteira. A equipe campeã foi a Mimosa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, que apresentou a UaiCup, uma caneca que para análise da qualidade do leite, rastreio de antibióticos e outras vantagens para o pequeno e médio produtor.
Em segundo lugar a equipe Lac Tech da Esalq, da USP, de São Paulo, que desenvolveu a Moopocket, um aplicativo para balança que armazena os dados do animal desde o nascimento até a vida adulta, proporcionando maior controle de dados. Já o terceiro lugar foi para a equipe Cow of Duty, da Unochapecó e Parque Científico e Tecnológico Chapecó@, de Santa Catarina, que criou o Owner View, aplicativo baseado em redes neurais que promete mais precisão na detecção de cio, o que resulta no aumento do sucesso nas inseminações.
Avaliação. A disputa teve início há oito dias, onde as equipes aprovadas na seleção incial, poderam contar com uma mentoria para melhoria de seus projetos. Na grande final, 35 times apresentaram suas ideias durante todo o dia e foram avaliados por cerca de 160 juízes, que fazem parte da cadeia do leite e ecossistema de inovação no Brasil. Os critérios usados para avaliação dos projetos foram: impacto econômico, visão de futuro, barreiras de entrada e desenvolvimento e execução da proposta.
Alcance do evento. Neste ano também houve a participação das torcidas por meio de uma votação simbólica que atingiu a incrível marca de 42 mil votos, provando que o Vacathon mobilizou as universidades, chegou a todos os cantos do País, atravessou as fronteiras e cruzou o Atlântico.
O Chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins, afirmou a importância do trabalho de equipe e agradeceu a todos os realizadores e patrocinadores que estiveram presentes durante o evento. Ele lembrou a mudança de planos ocorrida com a chegada da pandemia e o comprometimento de todos para a realização do evento em um novo formato. “O formato virtual nos proporcionou receber as equipes da Argentina e de Angola, tenho certeza de que eles vieram para ficar. Aprendemos que é possível estarmos juntos apesar de estarmos distantes”, explico.
O Chefe-adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento da instituição, Pedro Arcuri, ressaltou a importância da colaboração dos 106 mentores que fazem parte do ecossistema de inovação da cadeia do leite, fundamentais para a construção das soluções mostradas durante a maratona de inovação. Desejou sorte aos vencedores e deixou um recado importante: “Aqueles que hoje não são os vencedores, persistam e insistam, pois é dessa forma que caminhamos para o empreendedorismo”, finalizou Pedro Arcuri.
Solução vencedora. A UaiCup é uma tecnologia baseada nos fundamentos da IoT (Internet of Things) e tem como objetivo aumentar o ganho de cerca de 800 mil produtores (pequeno e médio porte) por meio do controle da qualidade do leite e da redução do descarte de leite por uso de antibióticos. Basta colocar 100ml de leite na caneca que os algoritmos processam as informações do leite e o produtor recebe um relatório completo sobre a qualidade do produto. Os dados ficam armazenados no aplicativo, facilitando o controle da produção através de histórico e análises mais aprofundas. As análises são feitas em vários compartimentos diferentes da UaiCup.
Parte do leite analisado é armazenado em um compartimento na alça da caneca e pode ser usado para reamostragem ou contraprovas. Segundo a equipe Mimosa, ao diferencial da UaiCup é a capacidade de fazer mais análises ao mesmo tempo, menor custo e tecnologia embarcada no dispositivo. Além disso, faz a triagem de antibióticos por animal, individualmente, em poucos minutos. Laura Bahiense é professora da UFRJ e, juntamente com o professor Cláudio Miceli de Farias, coordenou os trabalhos da equipe Mimosa. Para Laura, o evento é muito importante em vários aspectos: “A participação no Vacathon trouxe um grande aprendizado para os alunos, não apenas sobre os desafios enfrentados pela cadeia do leite, mas também pela oportunidade de competir em grupo: eles souberam respeitar e valorizar as diferentes habilidades de cada elemento do grupo, e com isso geraram um ambiente de trabalho solidário, criativo e motivante. Foi muito bacana ver isso acontecer”, comemorou.
Fonte: Embrapa, adaptado pela equipe feed&food.