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Avicultores devem estar atentos à manutenção de demanda

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Entre altos e baixos de um setor robusto, o Dia Mundial do Frango, comemorado mundialmente no dia de hoje – 10 de maio – reforça a importância da manutenção de demanda interna e externa. Data foi estabelecida pelo Conselho Mundial da Avicultura (IPC, sigla em inglês).

Como destaca o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, a avicultura do Brasil e do mundo experimentam grandes desafios para a manutenção da capacidade competitiva, da sustentabilidade, do status sanitário e de seu papel como uma das principais fontes de proteína animal para a humanidade.

No atual cenário, os custos de produção e a crise sanitária internacional de Influenza Aviária são os principais fatores. O conflito entre Rússia e Ucrânia aumentou a pressão sobre os preços internacionais de grãos – no caso do milho, as duas nações representam 17% do comércio mundial. Ao mesmo tempo, milhões de aves foram abatidas na França, EUA e outros países da União Europeia, América do Norte, Ásia e África.

“Somados, os dois fatores vêm sustentando os preços internacionais da carne de aves, com redução de oferta em alguns locais devido aos abates sanitários e com a diminuição das atividades de empresas avícolas ucranianas, que são exportadoras relevantes”, avalia Santin.

Em território verde e amarelo, com consumo e exportações em patamares elevados, a cadeia produtiva da avicultura experimenta enormes desafios para a manutenção da competitividade e da sustentabilidade do setor. 

Como aponta o Relatório Anual da ABPA, o consumo per capita da carne de frango alcançou 45,56 quilos em 2021. É o segundo maior índice já registrado pelo setor, que desde 2010 mantém níveis de consumo acima de 40 quilos per capita.

Nas exportações, os países da Ásia (especialmente, China), Europa, África e nações das Américas seguem com forte demanda pelo produto brasileiro. Até o primeiro trimestre, as vendas internacionais do produto brasileiro estavam 10,2% superiores ao registrado no mesmo período de 2021 (ano de recorde das exportações), com total de 1,142 milhão de toneladas exportadas. A expectativa é de novas elevações em abril, com vendas mensais acima de 410 mil toneladas.

“O quadro comercial e de consumo é favorável ao produto brasileiro. Entretanto, o setor vive a sua mais severa crise de custos de produção, com altas superiores a 100% no milho e no farelo de soja, acumuladas ao longo dos dois últimos anos e com especial impulso neste início de 2022. Adicione a isto as elevações dos custos de fretes marítimos, do diesel, das embalagens de plásticos e papelão e diversos”, analisa Santin. 

Ainda segundo o presidente, não há expectativa de arrefecimento dos custos no curto e médio prazo. Entretanto, mesmo diante das elevações de custos e inevitável repasse de preços aos consumidores internos e internacionais, não faltarão produtos nas gôndolas brasileiras.

“A carne de frango é um alimento básico não apenas no Brasil. É um dos poucos produtos que não enfrenta restrições religiosas, por isso, figura entre as principais fontes de proteína de nações com os mais diversos hábitos culturais. Por este motivo, o Brasil, como maior exportador global e fornecedor para cerca de 150 nações pelo mundo, deverá manter seu protagonismo internacional, especialmente neste momento em que o mundo enfrenta redução da oferta do produto.  Ao mesmo tempo, a oferta de produtos também será mantida para o consumidor brasileiro”, finaliza o profissional.