Discurso de José Eduardo dos Santos evidenciou sucesso desta edição
Valeria Campos, de Gramado (RS)
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Realizada em um dos principais pontos turísticos do Brasil, a 2ª Conbrasul Ovos foi sediada mais uma vez em Gramado (RS), e se destacou pela qualidade dos conteúdos e palestrantes. O encontro somou cerca de 30 palestras durante os quatro dias de evento (entre os dias 16 e 19 de junho), e recebeu aproximadamente 400 participantes, segundo a organização.
Muito elogiada pelos participantes, esta edição foi palco de debates e compartilhamento de informações, e realçou o potencial e conquistas da atividade brasileira. “Tenho o sentimento de dever cumprido. E a certeza de que todo empenho e trabalho que tivemos para organizar este evento atenderam às expectativas de todos os participantes. Recebemos muitas mensagens e depoimentos sobre esses quatro dias de encontro. Por isso, não temos dúvidas de que a evolução é o caminho e ela deve ser construída com debates”, disse o diretor-executivo da ASGAV e coordenador da 2ª Conbrasul Ovos, José Eduardo dos Santos.
As plenárias. No primeiro dia, o evento contou com a palestra do diretor-técnico Comercial da Vencomatic, Cláudio Machado. Em sua apresentação, o profissional destacou as transformações que o setor está vivendo, saindo de um momento onde o ovo era um problema para ocupar uma posição importante na vida do consumidor, devido aos seus inúmeros benefícios.
Outro ponto alto da palestra foi a sustentabilidade dos negócios. De acordo com Cláudio, ao tomar uma decisão, o produtor precisa olhar para esse conceito primeiro. “A sustentabilidade dos processos é o que norteará nossos negócios nos próximos anos”.
Em relação a evolução da proteína animal sob os olhos da mídia, a economista do Sistema Farsul, Danielle Guimarães, mostrou como as notícias sobre o ovo foram mudando ao longo dos anos. Em 2011, por exemplo, as informações eram de que o alimento tinha colesterol. E em meados de 2018, o contexto se modificou. “Começou a ter quase um consenso na mídia sobre o produto. Inclusive, era recomendado que ele fosse ingerido todos os dias. O ovo foi descoberto como um alimento saudável”, disse.
No Rio Grande do Sul, este contexto se fortaleceu nos últimos anos devido às diversas ações promovidas pela Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV), por meio do Programa Ovos RS. “Entre 2014 e 2019, o consumo per capita aumentou 11,4%, saltando de 227 para 253 ovos per capita”, compartilhou José Eduardo.
No decorrer desta iniciativa, comentou, foi possível compartilhar conhecimentos e aprender ao longo das iniciativas. Para 2019, além da valorização do selo Ovos RS, a associação está desenvolvendo uma série de vídeos para mostrar a gastronomia típica portuguesa, a partir de uma proposta inovadora. “Incluímos a linguagem de sinais nos vídeos. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil são cerca de 10 milhões de surdos, e eles receberão também essa mensagem. Então, ao mesmo tempo que promovemos a proteína animal, também iremos promover a inclusão social”, reforçou o coordenador.
Painel bem-estar. Fechando o evento com painel de ouro, como bem pontuou José Eduardo, o último debate do encontro recebeu palestrantes de renome na sessão especial de conferência e bem-estar. Para falar sobre o papel das certificadoras no setor de postura, subiu ao palco o diretor do Instituto Certified Humane Brasil, Luiz Mazzon Neto.
Segundo Luiz, devido os consumidores estarem cada vez mais preocupados com a origem dos produtos, o significado de negócio responsável está mudando, exigindo que as empresas melhorem seus padrões mínimos de bem-estar animal – até para os produtos mais comuns. “No futuro, isso será critério mínimo para que as companhias continuem no mercado. Por isso, investir no bem-estar será uma ferramenta essencial para agregar valor nos ambientes de negócios competitivos de hoje”.
Em seguida, o vice-presidente e diretor de mercados da ABPA, também presidente do Conselho Diretor do IOB, reforçou que todos os sistemas produtivos precisam respeitar o bem-estar. Além disso, complementou, diante desse movimento de grandes mudanças no setor, inclusive com a criação de novos nichos de mercado, a ABPA e IOB apoiam todas as formas de produção. “Mas é o consumidor que deve decidir o que quer comprar. Temos que respeitar a diversidade e olhar o mundo como ele é. Ainda, infelizmente, convivemos com a pobreza e tem muita gente querendo comer”.
Diante disso, Santin destacou: “A palavra que quero trazer é evolução, e não imposição. É isso que queremos fazer”.