Com o objetivo de aproximar a academia do campo, aplicando a teoria à prática, a Vetanco Brasil realizou, na última terça-feira (10), a terceira edição do Mesa Redonda Ciência e Indústria, em paralelo ao 13º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS) e 12ª Brasil Sul Pig Fair, totalmente on-line.
A abertura do debate ficou a cargo da Diretora Administrativa da Vetanco, Daiane Cristina de Moura Müssnich. “A missão do Ciência e Indústria é conectar esses dois elos: auxiliar na evolução contínua aplicando a ciência na prática em prol dos resultados”, disse.
Desta vez, o Mesa Redonda trouxe como tema a redução do uso de antimicrobianos, colocando o seguinte questionamento: em que fase estamos? Contou com a mediação do consultor técnico – Suínos da Vetanco – Latam, MSc. Eduardo Miotto Ternus, e com a participação do Dr. Nelson Mores, consultor em sanidade suídea; e do Dr. Caio Abércio, professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
No início de sua fala, Ternus destacou que o tema abordado neste 3º Mesa Redonda é uma nova tendência na suinocultura. “Falar da redução dos antimicrobianos já não é mais algo polêmico, estamos passando essa fase. Necessariamente, não discutimos mais ‘porque fazer’ ou ‘porque não fazer’, mas estamos entrando na fase do quando, o que já quase não deveria ser uma discussão; e principalmente do como”, frisou.
Segundo ele, os antimicrobianos são ferramentas muito importantes na suinocultura, por isso é necessária sua preservação através do uso consciente. O Mesa Redonda oportunizou a discussão, em especial, de estratégias que são fundamentais para oferecer subsídios ao produtor em manejo, ambiência, biosseguridade. “Isso, para que o produtor possa, posteriormente, começar a implantar um processo de redução ou de substituição dos antimicrobianos”, comenta Eduardo.
O painel contou com quatro blocos. O primeiro deles, com perguntas e respostas dos especialistas sobre a atual situação dos antimicrobianos. Na sequência, discutiu-se o caminho a ser utilizado para a redução ou substituição desses medicamentos e os principais desafios que ocorrem durante esse processo. Por último, tratou-se sobre as ferramentas alternativas em relação à substituição de alguns antimicrobianos.
Onde estamos
Segundo Mores, para saber em que momento o Brasil se encontra é preciso analisar a história do que vem acontecendo em outros países. “A Europa saiu na frente, principalmente Dinamarca e Bélgica. Esses países foram pioneiros quando se fala em redução de antimicrobianos na produção animal e, em seguida, os Estados Unidos. O Brasil já tem iniciativas, pelo próprio Ministério da Agricultura, no sentido de reduzir a utilização de antimicrobianos”, pontuou o consultor.
Mores citou um trabalho feito há cerca de quatro anos, que indicou o Brasil como o terceiro país que mais utiliza antimicrobianos, logo atrás dos Estados Unidos e da China, que assumiu o maior consumo. “O problema todo é a quantidade utilizada”, manifestou.
O professor Caio Abércio lembrou da importância em se discutir o tema nesta terceira edição do Mesa Redonda. “De fato, há iniciativas de grandes empresas, especialmente no que diz respeito à retirada de promotores de crescimento, e isso é facilmente percebido. Existe um esforço, sim”, avaliou. Por outro lado, continuou o professor, há grandes empresas que também fazem o uso intenso de antimicrobianos, inalterando o cenário brasileiro.
Ele mencionou a iniciativa de empresas que trabalham com aditivos chamados alternativos, na realização de testes que comprovem o nível de eficiência que corresponda ao máximo os resultados dos antibióticos. “Estamos fazendo parte dessa história, que é complexa, mas precisamos lidar com a questão”, disse.
Fonte: A.I.
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