SUINOCULTURA

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Suinocultor tem experiência otimizada por meio da tecnologia

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Natália Ponse, da redação

natalia@ciasullieditores.com.br

A demanda por carne suína acompanhará, nos próximos dez anos, a crescente população brasileira. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a demanda deve aumentar 26%, número similar à crescente da produção, que deve alcançar 24% de alta em 2024. O relatório, divulgado em 2015, reforça a preferência cada vez maior pela carne suína (o consumo per capita deve crescer de 2kg/p para 13,5 kg/p em 2024), o que implica em maior tecnificação para atender a procura.

Há décadas, o trabalho nas granjas brasileiras era em sua totalidade tradicional. Com alta concentração de animais em prédios menos especializados, sem creche e gestação coletiva. A genética dos animais era variável, assim como o nível de manejo e nutrição. Em geral, o nível de tecnologia e produtividade era considerado de médio a baixo. Com o passar dos anos, cresceram as oportunidades de acesso a ferramentas que facilitariam a mão de obra do suinocultor. De lá para cá, este profissional vê hoje resultados mais promissores e retorno bem mais satisfatório.

Foi na cidade de Orleans, em Santa Catarina, que o pai de Valmir Baggio iniciou as atividades no setor em 1979, onde na época, as 32 matrizes supriam as necessidades da família a muito custo. Quando Baggio iniciou na atividade, em 1981, o alcance produtivo era de, no máximo, 18 leitões por fêmea/ano. O tempo passou, as instalações foram se modernizando e hoje o suinocultor conta com orgulho sobre as 600 matrizes que gerencia junto ao filho e a nora. “O aumento da produtividade foi favorecido tanto pelo avanço genético dos animais, quanto pela evolução da tecnologia em climatização e automação. Hoje conseguimos 30 leitões por fêmea/ano”, explica Valmir Baggio.

Evolução que impressiona. Segundo o produtor, as instalações facilitaram o trabalho principalmente no que se refere a limpeza, sanidade e o arraçoamento dos animais, que hoje é feito de forma automatizada e com melhor precisão. “Facilita nosso dia a dia, possibilitando a melhoria na qualidade de nossa mão de obra, que vem evoluindo devido a experiência adquirida ao longo dos anos”, destaca.

De Santa Catarina, a viagem segue para a cidade de Entre Rios do Oeste, no Paraná. Em funcionamento desde o final de 2011, sob a liderança de Adair Silvio Grasel, a granja que leva o sobrenome do suinocultor já iniciou seus trabalhos sob a nuvem da tecnologia. Inspirado no trabalho do pai, Renato Grasel, que foi um dos pioneiros na atividade no município, Adair investiu em suínos a fim de reutilizar os dejetos para sua lavoura. Ao entrar em contato com os equipamentos e tecnologia da produção, decidiu apostar suas fichas neste mercado, e para isso, contou com a ajuda de Sandro Scheneider, hoje gerente da granja. Na época, o profissional trabalhava com informática em empresas administrativas. No ano de implementação da granja, 2011, foi chamado para participar da equipe e desde então é integrante do time.

Segundo Scheneider, a tecnologia está agregando muito ao ramo da suinocultura. Como a mão de obra é “rara”, já que existe preconceito com esta atividade por causa do cheiro etc, toda ferramenta que otimiza o processo é bem vinda. “Ao mesmo tempo que o equipamento está fazendo o trato e te dando as informações, a equipe consegue monitorar melhor os animais, aumentando o desempenho, você consegue acompanhar os barracões, o que está acontecendo, se tem animal doente, enfim, são muitos benefícios”, aponta o gerente.

Diante de tantas novidades que surgiram nestes últimos anos, o que mais há por vir para ajudar o suinocultor? Para Valmir Baggio, de Orleans (SC), “com a evolução da tecnologia e com aumento da produção podemos nos organizar melhor nos desmame em grupos, podendo otimizar a mão de obra, melhorar a parte sanitária, o desempenho e a padronização dos animais na engorda”. Já Sandro Scheneider acredita que os detentores de genética e tecnologia voltadas a suínos estão em busca de soluções para otimizar ainda mais estes processos. “Eu creio que vai melhorar ainda mais, mas o que está disponível hoje no mercado já é bom para quem quer tocar uma propriedade com pouca mão de obra, utilizando o máximo de recurso possível na parte de tecnologia”, indica.