A agricultura foi incluída como parte da solução para as mudanças climáticas e considerada um dos temas mais relevantes da Declaração de Sistemas Alimentares, assinada por 137 países na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP 28).
Os integrantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) participaram do evento oficial da Convenção do Clima, para debater sobre o futuro dos sistemas alimentares sustentáveis na última quarta-feira (06), em Dubai.
O diretor do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação do MAPA, Bruno Brasil, definiu a palavra “resiliência”, também escolhida pela maioria dos internautas nas enquetes para resumir o futuro dos sistemas sustentáveis em uma palavra.
“A resiliência é a capacidade de adaptarmos a agricultura aos efeitos das mudanças climáticas, uma vez que este é um setor particularmente vulnerável. Temos visto este ano, por exemplo, uma seca histórica na Amazônia, ao mesmo tempo que ocorreram inundações e ciclones tropicais em partes do sul do país. Tais eventos estão se tornando cada vez mais frequentes e intensos”, explicou Bruno.
Durante a COP 28, representantes de organizações multilaterais, do governo e do setor privado de diferentes países responderam a perguntas importantes, com a participação ativa das autoridades presentes e interação do público virtual em uma dinâmica proposta pela presidência, abordando as necessidades a nível mundial e as possíveis estratégias para sua melhor a aplicação, tanto para a sustentabilidade da produção de alimentos, quanto para a redução dos efeitos climáticos.
“Sem entender as necessidades dos produtores rurais e engajá-los numa política que concilie os benefícios ambientais com ganhos de produtividade e renda, não é possível alcançar sucesso. É justamente por endereçar esta questão chave que o Plano ABC/ABC+ funciona no Brasil há 13 anos com excelentes resultados”, destacou o diretor ao relatar que o principal grupo que deve ser envolvido na implementação de políticas públicas para sustentabilidade agropecuária é o de produtores.
Já a palavra “multilateralismo” foi destaque sobre o que os governantes têm em mente na hora de determinar qual a política pública deve ser aplicada. Para os debatedores, apenas a cooperação mútua entre os países poderá levar à vitória sobre a crise climática.
O diretor do Depros finalizou dizendo que, “temos que repudiar qualquer ação unilateral e protecionista que vise simplesmente repassar custos e penalizar produtores, pois vivemos em uma cadeia global de suprimento de alimentos. É preciso reconhecer e valorizar os atores que já utilizam práticas sustentáveis, para que estas possam, cada vez mais, ser adotadas”.
Fonte: MAPA, adaptado pela equipe FeedFood.
PIB do agro tem avanço acumulado de 0,5% em 2023