Luma Bonvino, da redação
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Alto volume de produção, baixo custo ao consumidor, embarques acelerados com destino a diferentes partes do mundo e queridinha no paladar. A carne de frango inegavelmente tem os ingredientes para uma receita de sucesso. Porém, para alcançar esse patamar de excelência, reconhecido nacional e internacionalmente, foi preciso todo um processo de evolução técnica e tecnológica, de instituições de pesquisa e empresas privadas, para que a inovação chegasse ao elo decisor, da prática, da granja: o avicultor. Foi pelas mãos desses profissionais que essa progressão fez acontecer.
Hoje, por exemplo, os brasileiros encontram no mercado carne de frango macia, suculenta, saudável e prática a preços tão baixos como R$4,00 ou R$5,00/kg, com ofertas até inferiores, como explica o diretor Corporativo de Agropecuária da JBS Foods (São Paulo/SP), Osório Dal Bello. “Cada brasileiro consome 45kg de carne por ano. São 123 gramas de proteína todos os dias por algo como R$200,00/ano. Podemos comprar um quilo de carne de frango pelo preço de uma garrafa de 500 ml de água. E o mais importante, esta condição atinge 205 milhões de brasileiros. Portanto, pergunto: Qual outro programa conseguiu impacto social de tamanha magnitude e abrangência?”, analisa.
A conta impacta e revela a dimensão da importância da atividade que se mostra sob a imagem de um negócio sólido e bem-sucedido graças aos cuidados em ajustar milimetricamente cada variável da cadeia produtiva, por meio de “muito planejamento”, como indica Dal Bello. Segundo ele, temos pessoas de alto conhecimento, dedicação e comprometimento no segmento e deve-se entender que a produção de aves captura os melhores resultados em cada uma das etapas no campo. “Na sanidade animal temos diferenciais por sermos livres de algumas enfermidades importantes, mas somamos a isso nossa maneira de tratar este tema de forma preventiva, atuando na biosseguridade, na qualidade das rações, da água e do ambiente onde as aves são criadas”, exemplifica e continua: “Muitos citam que nós brasileiros temos condições ideais de clima, água e sol. Isto é verdade e são elementos que nos auxiliam. Porém, nossa maior força está nas pessoas que fazem as coisas acontecerem. As pessoas fazem o que precisa ser feito com amor e paixão e isso nos permite sermos os melhores naquilo que cada um se propõe”.
Essa sistemática organizada e consolidada hoje, no entanto, teve uma palavra de ordem chamada sistema de integrações. “Toda a cadeia se desenvolveu unificada graças ao modelo (…). Com tecnologia, trabalho e dedicação, o produtor integrado contribuiu de forma importante para o incremento da produtividade do setor avícola, permitindo, ainda, a preservação do status sanitário como livre de Influenza Aviária – um de nossos grandes diferenciais”, inicia o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA, São Paulo/SP), Francisco Turra.
Dal Bello corrobora com o posicionamento apontando que o “sistema de integração tem sido uma alavanca fundamental para o crescimento e sustentação da produção”. Segundo ele, permitiu qualidade de vida para os produtores, desenvolvendo as comunidades, ao mesmo tempo em que a produção elevou seu patamar de qualidade e segurança por meio de maior planejamento, otimização dos recursos e controles para obter a excelência na produção.
“O avicultor é visto lá fora, assim como internamente, como um alicerce do sucesso e da qualidade do sistema produtivo da avicultura nacional”, destaca Turra (Foto: reprodução)
Nesse contexto, Turra afirma que o setor comemorou recentemente a publicação no Diário Oficial da União da Lei de Integração (13.288), que estabelece diretrizes nas relações entre agroindústrias e produtores integrados. O marco atende às demandas das cadeias produtivas, além de conferir mais segurança jurídica nas relações entre produtores integrados e empresas, e foi construída com o envolvimento de representantes das indústrias, dos produtores e de lideranças políticas. “É um marco legal, que torna mais claro o papel de cada elo da relação de integração – um sistema com mais de cinco décadas de existência -, estabelecendo obrigações e responsabilidades entre as partes envolvidas. Dentre os avanços obtidos com a nova legislação está a constituição de fóruns e comissões paritários, criados com o objetivo de garantir equidade e transparência nas negociações entre empresas e produtores”, descreve Turra que adiciona quanto uma dessas estruturas o Fórum Nacional de Integração (Foniagro), que define diretrizes para o acompanhamento das relações em âmbito nacional. Há também as Comissões para Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadecs), constituídas para assegurar um espaço paritário, de âmbito regional, de discussão entre integrado e integradora.
“Nossos integrados merecem que sejam cuidados com carinho pelos formadores de políticas públicas, especialmente no que se refere às linhas de crédito; merecem o reconhecimento da indústria e merecem, acima de tudo, o reconhecimento de toda a sociedade brasileira e dos mais de 150 países do mundo que consomem a carne de aves brasileira”, reitera Dal Bello.
O dia 28 de agosto, reservado em homenagem ao avicultor, é especialmente dedicado ao reconhecimento. Nada mais irônico que, neste ano, a data caia em pleno domingo, reforçando que esse trabalhador não tem sábado, não tem feriado. As aves precisam de alimentação e todos os cuidados já citados todos os dias. Essa doação integral desses profissionais fazem deles, nas palavras de Francisco Turra, o alicerce do sucesso e da qualidade do sistema produtivo da avicultura nacional. “São produtores dedicados a preservar e a contribuir para o fortalecimento de uma gigantesca cadeia produtiva”. Além disso, “está claro que o retorno que a sociedade tem com investimentos nesta cadeia, tem como maior beneficiado a própria sociedade. Vale a pena cada centavo investido em prol da avicultura no Brasil”, encerra Dal Bello.
A feed&food parabeniza os profissionais do setor e espera continuar contribuindo para atividade, assim como empresas que reconhecem o valor do avicultor: AB Vista (São Paulo/SP), Big Dutchman (Araraquara/SP), Cobb Vantress (Guapiaçu/SP) e Plasson (Criciúma/SC).