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SAN Vet inicia jornada no Brasil com foco em sustentabilidade

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Peter Kickinger; Kai Lie Starcher e Erich Erber

Natalia Ponse, revista feed&food

natalia@ciasullieditores.com.br

O nome “San” é derivado da palavra chinesa para “três”. Essa filosofia é expressada pela antiga urna de incenso do país asiático, e tais objetos são encontrados em todos os templos daquela civilização para armazenar o incenso utilizado nas orações. Com apenas três pernas, esse artefato pode manter-se de pé, por mais irregular que seja a superfície.

E é seguindo esta filosofia que inaugura-se um novo capítulo na história da saúde animal. As marcas Sanphar, Ipeve e as alemãs Anicon e Kylt agora unem forças e se estabelecem como SAN Vet, unidade de negócios para saúde animal do SAN Group, com sede na Áustria. A aquisição dessas renomadas e experientes marcas, na visão do CEO global Erich Erber, demonstra o quanto a companhia leva a sério o objetivo de transformar o setor e oferecer um atendimento a qualquer que seja a necessidade do cliente, em uma única empresa.

O head da SAN Vet, Gustavo Tesolin, explica que a paixão pela inovação é a grande motivação. Este mote, definido por Erich, solidifica o caminho na introdução de novos produtos e tecnologias para os próximos anos. “Se há algo que nos distingue é o objetivo de servir os clientes, a nossa vocação de serviço e a nossa força técnica”, diz.

Motivação pautada nas premissas já aplicadas pelas companhias que formam essa nova potência no mercado. A Sanphar é atuante em produtos e serviços veterinários, além de conceitos de biossegurança. Fundada em 1992 no Brasil, tornou-se distribuidora da Biomin em 1998 e passou a fazer parte do Erber Group (confira mais informações no box ao final da reportagem) em 2007. Com a entrada no mercado asiático, em 2011, iniciou o seu processo de globalização e, hoje, está presente na Tailândia, Filipinas, Malásia e Vietnã.

A IPEVE, fundada em 1988 e adquirida pela Sanphar em 2019, trabalha com vacinas autógenas e serviços de diagnóstico. Com rastreabilidade de todos os insumos para vacinas e exames, pautado num Sistema de Gestão da Qualidade sólido (ISO 17.025 e BPF), a equipe formada por médicos veterinários, biólogos, biomédicos e biotecnólogos atende as necessidades sanitárias do rebanho, com base no diagnóstico acurado, técnicas modernas para seleção dos agentes patogênicos e produção de vacinas autógenas efetivas.

Também atuante em vacinas autógenas e diagnóstico, a alemã Anicon está presente no mercado desde 2005. Por meio do seu laboratório, atende exclusivamente animais de produção, como aves, suínos, bovinos, pequenos ruminantes e peixes, através do espectro completo de diagnóstico: patologia, bacteriologia, sorologia, virologia cultural, PCR e sequenciamento, além de testes de alimentação e segurança alimentar.

A marca de kits de testes rápidos para diagnósticos veterinários Kylt simplifica a detecção de uma variedade de patógenos de grande importância econômica na pecuária e nas indústrias de produção de alimentos em todo o mundo. Por meio dos protocolos baseados em PCR, fáceis de usar e com foco em alta qualidade, ou seja, confiabilidade e sensibilidade da classe.

Essa reunião de expertises, destaca Tesolin, ainda complementa que isso valida um outro aspecto bastante relevante na companhia: o amplo espectro de atuação da SAN Vet na área de ciências veterinárias: “Podemos auxiliar os produtores no processo de estabelecer controles de biossegurança adequados, diagnosticar doenças, trabalhar na prevenção por meio de vacinas, medicar quando necessário e, por fim, controlar a qualidade dos alimentos produzidos com nosso laboratório especializado em diagnóstico de alimentos, uma tecnologia e know-how que só existe na Alemanha”.

No Brasil, o head reforça o direcionamento dos esforços em inovação com o desenvolvimento de vacinas autógenas para aves e da linha de diagnóstico, além de novos produtos farmacêuticos já em desenvolvimento. “Em 2022, a Sanphar está investindo mais de 2 milhões de reais em ensaios clínicos locais. Identificamos importantes necessidades não atendidas no campo e nosso objetivo é trabalhar lado a lado com a agroindústria e os agricultores na identificação de novas soluções para problemas existentes que afetam o bem-estar e a produtividade de nossos rebanhos”, resume.

Unindo as fábricas em Campinas (SP) e Belo Horizonte (MG), a SAN Vet garante emprego direto a mais de 150 famílias na produção de aditivos alimentares e vacinas para os mercados de suínos e aves. A planta de Minas Gerais, inclusive, recebeu mais de 2 milhões de reais para a modernização da produção de vacinas. “Atualizamos nossos padrões de operações para o nível mais alto possível e, neste ano, iniciaremos a construção de uma nova fábrica de vacinas autógenas em Belo Horizonte, com um orçamento de cerca de 10 milhões de euros de investimento”.

A nova planta terá capacidade para mais de 100 milhões de doses e contará com a mais avançada tecnologia do segmento. “Seguiremos todos os novos padrões GMP Like que estão atualmente em fase final de alinhamento dentro da União Europeia. Com esta nova normativa, a UE terá pela primeira vez um padrão harmonizado para produção de vacinas autógenas após vários anos de debate entre reguladores, produtores e multinacionais na fabricação de vacinas comerciais. Nossa nova fábrica no Brasil já será construída dentro desses mesmos padrões, em alinhamento com as regulamentações locais do MAPA e deve entrar em operação até 2025”, conta Gustavo.

De acordo com Patricia Babadopulos, diretora da Área de Biológicos, a unidade ficará responsável pela produção de vacinas bacterianas e virais, tanto isoladamente quanto combinadas, voltadas para aves, suínos e peixes em um primeiro momento. “A maior importância da vacina autógena é o diagnóstico preciso. É um trabalho de alfaiataria, desenvolvido de forma personalizada”, diz.

Com a planta em Belo Horizonte, a diretora destaca a ampliação da capacidade de produção, permitindo atender as demandas das maiores companhias do Brasil, ao mesmo tempo: “Ainda, por seguir os padrões europeus, ela garante mais segurança e capacidade de fornecimento para nossas soluções”.

Na visão do diretor Global de Marketing e Vendas, Plinio Barbarino, tal investimento reflete o quanto o SAN Group acredita no potencial verde e amarelo. “Poderíamos construir essa planta na Ásia, uma região interessante e em pleno desenvolvimento; mas, confiamos no Brasil e queremos continuar destinando esforços e recursos para este mercado”, diz e aponta: “Não só confiamos no País, mas em quem administra o negócio no local”.

Juntos, Patrícia e Rodrigo Bernardi, diretor Comercial Medicals da SAN Vet, lideram as atividades na região. “O fato de o grupo acreditar no Brasil reflete o quanto o mercado de saúde animal caminha para a solução de precisão e customização”, define Rodrigo.

Fruto desse olhar é a marca local, Sanphar, que a companhia enxerga um forte parceiro no segmento médico, com uma vasta gama de antimicrobianos em diferentes formas químicas. É também na biossegurança que as equipes se destacam, além das diversas metodologias de controle de agentes patogênicos, desde a desinfecção a seco até um extenso portfólio de soluções.

“Temos uma equipe robusta e sênior em serviços técnicos, e nosso objetivo é continuar a refinar o que fazemos para apoiar animais saudáveis, alimentos saudáveis e uma economia próspera na produção de proteína animal”, declara Tesolin. As vacinas e os diagnósticos autógenos, ele continua, serão essenciais para o desenvolvimento da marca no Brasil e em toda a região.

“Nossa linha Kylt PCR se destaca com kits para Salmonella, Lysteria, Campylobacter e E. coli. Também podemos oferecer um amplo espectro de kits de bronquite, além de Salmonella e Mycoplasma, que diferenciam as cepas de vacinação das de campo”, menciona.

Hoje, em termos de portfólio, Rodrigo pontua o foco nos antibióticos terapêuticos. “Defendemos o uso racional e correto. Por ser uma ferramenta ainda muito utilizada, especialmente na suinocultura, precisamos garantir a aplicação efetiva. Aliado a isso está a biosseguridade, que é a chave de tudo, pois o Brasil tem um papel importante no mercado global por conta do seu status sanitário”, defende e acrescenta: “Doenças emergentes vão surgir a todo momento, e com a produção intensificada, esse pilar deve ser prioridade nas cadeias produtivas”.

E é nesse escopo que entra a área de biológicos. “O diagnóstico apoia tanto a área de farmacológicos quanto a produção de vacinas. Nós avaliamos se um determinado produto do portfólio é a melhor opção a ser aplicada naquele momento”, explica Patricia. E esse serviço conta com o apoio do laboratório na Alemanha. Quando não há informações suficientes para diagnosticar um determinado patógeno, explica, os dados são enviados para a unidade alemã e o resultado chega ao produtor dentro de uma semana. “Aplicamos métodos e técnicas muito precisos para identificar de fato qual problema está ocorrendo na propriedade avaliada”, assegura a diretora.

Plinio especifica como a integração de marcas beneficia esse serviço de diagnósticos: “Temos na Alemanha a divisão que inclui o diagnóstico de alimentos junto ao veterinário, e isso significa um acompanhamento ‘farm to fork’ (da fazenda ao garfo, na tradução para o português), permitindo um monitoramento de toda a cadeia de produção de alimentos”. Rodrigo complementa dizendo que, ao unir todos esses pontos — biosseguridade, vacina e diagnóstico —, a companhia reforça seu compromisso com a prevenção e a tomada de decisão por meio de um completo programa de gestão sanitária.

E essas soluções integradas surgem em um momento onde o termo “precisão” deixa de ser aplicado somente à nutrição e passa a ser entendido também como parte da saúde animal. “Temos condições de realizar um diagnóstico preciso, oferecer um produto customizado e um tratamento terapêutico assertivo, pois entendemos o que está acontecendo naquela situação em específico”, explica o diretor Global.

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