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Redução da idade ao primeiro parto potencializa resultados da produção

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Natália Ponse, de Ribeirão Preto (SP)

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Com o surgimento de novos concorrentes no mercado de carnes, o empresário da pecuária de corte se vê obrigado a buscar o aumento da produtividade e da rentabilidade. Uma das formas de se conquistar esses resultados é com o melhoramento animal, acompanhado de práticas no ambiente, como em alimentação, nutrição, mão de obra, instalações, manejo, sanidade e outros.

Segundo explica o professor titular de Genética e Melhoramento Animal da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (FZEA-USP, Pirassununga/SP), José Bento Sterman Ferraz, o melhoramento animal é composto basicamente de duas fases: a seleção e os sistemas de acasalamento. A seleção de reprodutores consiste na escolha dos animais que serão os pais das próximas gerações e contribuam de forma diferenciada para o patrimônio genético dela; os acasalamentos podem ser realizados entre indivíduos aparentados, conhecidos como endogâmicos, e os acasalamentos entre indivíduos não aparentados, ou exogâmicos.

Ferraz cita como última novidade na área a seleção genômica ampla. “É uma metodologia que, de forma pioneira, integra as tecnologias genômicas e as ferramentas da genética quantitativa e do melhoramento, propiciando um grande salto qualitativo nos sistemas de avaliação genética”, explica o professor. Após a seleção, os acasalamentos exigem vacas de excelente qualidade de uma raça, acasaladas com touros de alta qualidade. “O maior patrimônio de um pecuarista são suas vacas. Quer rentabilidade? Invista em fêmeas precoces”, indica o especialista.

A eficiência econômica da pecuária de corte é vinculada à produção de bezerros, que são destinados à produção de carne ou reposição do rebanho. Por isso, o integrante do Departamento de Reprodução Animal da FMVZ/USP, Pietro Baruselli, explica que a idade ao primeiro parto é uma característica de grande importância zootécnica, por marca o início do processo produtivo das fêmeas, então denominadas novilhas.

Apesar de alguns fatores dificultarem esse processo no Brasil – como o sistema de animais a pasto, que reduz a curva de crescimento das fêmeas, e o uso comum de genética zebuína, que é geralmente mais tardia quando comparada à taurina -, a redução da idade ao primeiro parto é possível por meio do manejo correto das novilhas, com adequada nutrição para crescimento e genética para precocidade sexual.

“Os resultados de experimentos conduzidos evidenciaram a necessidade de um bom desenvolvimento corporal das novilhas submetidas à estação reprodutiva, o que só pode ser atingido com boa nutrição aliada à genética de qualidade. Desde que atingidos estes requisitos, a antecipação da concepção das novilhas pode ser realizada com sucesso”, complementa.

José Bento Sterman Ferraz chama os pecuaristas com visão de futuro de “empresários da pecuária”. De acordo com o professor estes irão, cada vez mais, pensar em conseguir a maior rentabilidade possível do seu patrimônio, o que será conseguido somente com uso adequado do ambiente, junto à genética mais correta para a situação e os objetivos definidos por esse empresário. “O uso de cruzamentos para melhorar a produtividade do rebanho é uma ferramenta bastante eficaz, porém sofisticada, podendo trazer resultados excelentes, quando bem manejada, mas desastrosos, se utilizada de maneira inadequada. Melhoramento genético animal exige conhecimento, mas é uma das maneiras mais eficientes de aumentar, de modo sustentável, a produtividade”, finaliza.