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Produção de leite orgânico x produtividade

Produção de leite orgânico x produtividade Especialistas da Embrapa orientam pecuaristas para lidar com as dificuldades
Por feedfood
feedfood@feedfood.com.br
FOTO: REPRODUÇÃO
Especialistas da Embrapa orientam pecuaristas para lidar com as dificuldades

Apesar de ser considerado um mercado com potencial de crescimento, as dificuldades da produção ainda inibem muitos produtores a adentrarem a área orgânica. O grande desafio é substituir os métodos convencionais e ainda assim manter a produtividade da fazenda.

Com o objetivo de estimular a prática de forma sustentável e rentável, a Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), e a Secretaria de Inovação e Negócios/Escritório de Campinas têm apoiado a formação de um cluster nessa área. Além do desenvolvimento de pesquisas, são realizados cursos de capacitação continuada.

Até o dia 11 deste mês, 42 produtores e técnicos haviam concluído o treinamento em pecuária leiteira orgânica iniciado em abril deste ano. Foi a segunda capacitação realizada pela Embrapa em parceria com a Nata da Serra, de Serra Negra (SP), primeira propriedade orgânica participante do programa Balde Cheio. O curso além de orientar os interessados em iniciar a produção, contribui com os produtores e técnicos que já produzem leite orgânico.

Para o chefe de Transferência de Tecnologia, André Novo, da Embrapa, a proximidade entre a pesquisa, a extensão rural e a cadeia produtiva é uma estratégia eficaz para o crescimento da pecuária leiteira orgânica brasileira.

Do tradicional para o orgânico. Disposição e preparo são essenciais para que um produtor possa realizar a conversão do sistema. A conclusão de todo o processo leva em média 18 meses. A substituição de métodos tradicionais por alternativos faz parte desse processo.

Para conversão do solo e das pastagens, que dura cerca de 12 meses, é preciso, por exemplo, que o produtor abra mão da utilização de fertilizantes químicos e agrotóxicos para uso de compostos orgânicos para recuperação da fertilidade do solo. Em seguida, ocorre a conversão dos animais que leva no mínimo mais seis meses.

Nesta etapa, o pecuarista precisa trocar a medicação alopática por fitoterápica ou homeopática. A alopatia pode ser usada apenas em casos de riscos de morte do animal e com o dobro do período de carência do medicamento. A alimentação das vacas também deve ser, em sua maioria, orgânica. Nesse caso, é permitido apenas 15% da ingestão de alimentos convencionais. grãos e demais insumos transgênicos são proibidos.

O pesquisador Artur Chinelato de Camargo, da Embrapa Pecuária Sudeste, diz que os conhecimentos e as recomendações técnicas básicas são praticamente os mesmos para o convencional e o orgânico. A base para manter a produtividade é ter pasto de alta qualidade para alimentar o rebanho e fazer gradualmente o melhoramento genético das vacas.

“A ordenha, irrigação, altura de entrada e saída dos animais dos piquetes de pastagem, os princípios são os mesmos. O que muda são as restrições do modelo orgânico”, ressalta.

O especialista também faz um alerta ao pecuarista que pensa em entrar no ramo dos orgânicos: assegurar mercado para os produtos. A garantia de venda dos produtos é essencial, já que o custo de produção ainda é mais alto que no modelo convencional. Em 2020, a Embrapa deve oferecer um novo curso de pecuária leiteira orgânica.

Fonte: Embrapa, adaptado pela equipe feed&food.