Os preços médios do boi gordo vêm operando abaixo de R$ 300 desde a última semana de outubro, pressionados, sobretudo, pela maior oferta de animais para abate, como mostra o levantamento divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), ESALQ – USP na quinta-feira (24).
De acordo com o Cepea, a média da parcial de novembro (até o dia 22), está em R$ 282,04, 5% abaixo do mês anterior e 10,7% inferior a novembro de 2021, sendo a menor desde novembro de 2019, quando os valores do boi gordo iniciaram um forte movimento de alta.
Já os preços do bezerro, segundo o Cepea, vêm mostrando certa estabilidade, sustentados pelos bons volumes de chuvas, que favorecem os pastos e tendem a aquecer a demanda de terminadores por novos lotes de animais – há praticamente sete semanas, o Indicador do bezerro ESALQ/BM&FBovespa fecha nas casas de R$ 2.300/cabeça e de R$ 2.400,00.
Diante disso, cálculos do Cepea mostram que a relação de troca atual é a pior ao pecuarista em 2022. Na parcial de novembro, o produtor que faz terminação precisa de 8,68 arrobas de boi gordo paulistas para a compra de um bezerro em Mato Grosso do Sul, 5% a mais que no mês anterior.
Até então, o momento mais desfavorável ao pecuarista neste ano havia sido registrado em janeiro, quando foram necessárias 8,59 arrobas de boi gordo para fazer a reposição. A média da relação de troca deste ano está em 8,35 arrobas, evidenciando o atual momento desfavorável. Todas as comparações foram realizas em termos reais (as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI).
Fonte: Cepea, adaptado pela equipe Feed&Food.
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