Wellington Torres, de casa
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Na busca por ser elo entre a população de uma grande cidade, como São Paulo, e a produção agropecuária brasileira, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) anuncia complexo científico e cultural a céu aberto sobre o setor.
Segundo a APTA, o Planeta Agro, como é chamado o espaço, surge da necessidade de encurtar a distância entre produtor e consumidor, principalmente pelo olhar infantil, já que “muitas crianças crescem no meio urbano sem qualquer contato com fazendas, produtores e plantas e não sabem identificar de onde vem o alimento, como é cultivado e quais são os desafios do produtor agropecuário”.
“A falta de informação pelo público urbano, muitas vezes pode gerar a disseminação de ‘fake news’, que inferioriza a agricultura e, consequentemente, fomenta a falta de valorização do setor, tão pujante no nosso País”, complementa a Agência.
Como defende a Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, a iniciativa é um facilitador para que as pessoas conheçam, de fato, como os alimentos são produzidos. “É forma de conhecer in loco as tecnologias, as boas práticas, os desafios e as oportunidades de um setor de extrema importância para segurança alimentar e mais, para o desenvolvimento social de um mundo que busca cada vez mais a sustentabilidade em seus produtos, processos, qualidade de vida, e geração de emprego e renda”, afirma.
O complexo faz parte de uma área pertencente ao Instituto Biológico da Secretaria de Agricultura, na Vila Mariana, em São Paulo. “Ali serão implantados canteiros com diversos tipos de culturas, áreas para exposição de tecnologias da própria Secretaria de Agricultura e de empresas parceiras, uma área com árvores nativas que remetem a preservação ambiental mostrando todo o trabalho da Secretaria de Agricultura quanto a regularização ambiental das áreas agrícolas, mais um aquário e captação de água de chuva para a rega dos canteiros”, detalha a APTA, ao pontuar que local também contará com um café com cozinha gourmet para atividades de culinária, playground e área de recreação, picnic e anfiteatro.
Neste cenário, espera-se que a cidade de São Paulo tenha um ambiente em que a população possa conhecer as culturas agrícolas mais comuns do Estado, as pesquisas, tecnologias, ações junto ao agricultor e demais atividades da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo e de empresas parceiras do projeto.
Em médio e longo prazo, a Agência visa realizar atividades periódicas para cativar público, com foco sem se tornar referência para outros municípios e países que queiram implementar ambientes desta natureza junto ao público urbano: “Dentre essas atividades, pretende-se realizar aulas de culinária, atividades de observação de insetos benéficos e considerados prejudiciais às plantas, atividades científicas e culturais, com a presença de cientistas especialistas nas diferentes áreas do agronegócio (sanidade, produção, manejo do solo, irrigação, aquicultura, agricultura urbana, entre outros temas), produtores agrícolas e artistas, sendo estes últimos ligados à temática agrícola”.
Para que se consolide, o projeto também contará com a participação e parceria de empresas a serem selecionadas. “Serão construídas estações tecnológicas, que são ambientes onde as empresas parceiras poderão demonstrar suas tecnologias, produtos e soluções para o agricultor. Algumas empresas, por exemplo, possuem tecnologias muito interessantes para a produção agrícola em pequenos espaços, como a agricultura urbana”, explica.
Ainda de acordo com a APTA, “O local dará grandes oportunidades para essas empresas exporem suas soluções”, contudo, em contrapartida, elas irão ter um custo que será totalmente revertido para a manutenção do local. “As empresas poderão ainda se responsabilizar por algumas culturas que serão plantadas. A ideia é que o Estado não tenha gastos para a implantação e manutenção do local”, salienta.
Perante a seleção, formas de realizá-la estão sendo estudadas: “Tais critérios irão avaliar a informação que ela trará para o público, a tecnologia gerada e seu impacto para a solução dos problemas na agropecuária, a forma como será exposta para o visitante e, também, será preciso informar como a mesma tem trabalhado com as questões de ESG (ambiente, social e governança)”.