Natalia Ponse, da redação
Sob a liderança de Carlos Fávaro, a nova equipe do Ministério da Agricultura e Pecuária tem um trabalho e tanto pela frente. Com a transição do poder executivo, o agronegócio brasileiro anseia por políticas que dêem amparo econômico à população, pensando no consumo, e à atividade, para a continuidade dos bons resultados e a confiança no mercado externo.
“A questão agora são as expectativas, e a política econômica adotada segue incerta, com sinalizações em diversas direções, a depender da plateia. Em linhas gerais, se o Banco Central continuar independente, devemos ter manutenção de juros em patamar elevado por um período maior que esperávamos há alguns meses, fator negativo para a atividade econômica, mas necessário para conter a inflação”, pontua o diretor da HN Agro, Hyberville Neto.
O maior ponto de atenção, para ele, está relacionado às políticas econômicas e o seu impacto no consumo doméstico e câmbio. “É algo a ser acompanhado e que não está muito claro no momento”, diz e continua: “Na verdade, a parte relativamente pacificada é a carga tributária crescente para pagar as contas. Pela largada, ninguém pensa em reduzir gastos da máquina pública, que deve seguir pesada e pouco eficiente”.
Nesse sentido, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges, reitera que o crescimento do consumo é fundamental para tornar compensadores os preços pagos ao produtor.
Para ele, a expectativa sobre a nova equipe do governo é uma contribuição com o desenvolvimento sem trazer retrocessos. “Nossa associação deseja que um quadro de pessoas com formação técnica e experiência compatível com as funções, além do comprometimento com o diálogo para ouvir as legítimas demandas do setor e agir no sentido de atendê-las, trazendo melhorias para nossa cadeia produtiva e nossa Nação”, afirma.
Ainda de acordo com o líder da Abraleite, a comunicação é outro elo a ser reforçado: “Não é mostrado para a sociedade brasileira e para o mundo o quanto os produtores brasileiros preservam o meio ambiente em suas propriedades sem receber pagamento por isso. O Brasil tem um código florestal único, rigoroso. O governo federal também precisa divulgar essa preservação para o mundo”, diz.
Geraldo reforça que os produtores de leite são muito conscientes da questão ambiental e cuidam do seu maior patrimônio, a propriedade, e estão cada vez mais conscientes da necessidade de caminharem para uma produção de leite de baixo carbono.
Nessa linha, Hyberville Neto defende uma diferenciação entre desmatamento ilegal zero e desmatamento zero: “Não creio que seja exatamente a visão de Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, e nem dos críticos internacionais”, fala e continua: “No entanto, a própria ministra é da região Norte e sabe que as comunidades locais precisam de desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida, ressalto, sempre dentro da legalidade”.
No que diz respeito ao Ministério da Agricultura, o diretor da HN Agro reconhece que o ministro é da área e “sabe das dores, desafios e potencial do setor”. “Mas, como histórico não ganha jogo (como a Copa do Mundo nos lembrou), o importante é o que ele vai fazer efetivamente na cadeira”, diz e finaliza: “Estamos na torcida e, dada a importância do agro, o Brasil todo deveria estar”.
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