Natalia Ponse, da redação
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Com a confirmação do primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) no Estado do Rio Grande do Sul, a organização da Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos (Conbrasul) confirma a realização do encontro nos dias 18 a 20 de junho, em Gramado (RS).
Durante coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (31), o presidente Executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, reforçou que o encontro contará com medidas de biosseguridade, tanto com relação à orientação quanto comunicação e procedimentos práticos.
“Temos grupos de mensagens com os conferencistas, onde estamos divulgando diversas orientações. E, durante o evento, nossa equipe foi preparada para estar atenta e garantir que todos estes cuidados estejam sendo respeitados. A biosseguridade vai ser lei dentro da Conbrasul”, diz.
Tapetes de desinfecção, álcool em gel e materiais de conscientização e orientação, de acordo com o presidente da Asgav, serão as medidas colocadas em prática e que condizem com o status atual da enfermidade no Brasil, identificada apenas em aves silvestres.
“Sempre trabalhamos com a probabilidade da entrada da influenza no Brasil depois que ela começou a se espalhar pela América do Sul. Fomos aprendendo com o resto do mundo, pois diversos países hoje convivem com ela dentro de seus territórios”, pontua José Eduardo.
De acordo com ele, como não houve ave comercial infectada, o foco identificado no Rio Grande do Sul não altera o trabalho que já vem sendo feito. “Há uma sinergia muito grande entre o setor, os órgãos públicos, e os governos estaduais e federal. O trabalho sanitário é intenso”, diz e acrescenta: “Claro, respeitamos as pessoas que escolherem se ausentar do encontro. Mas, em nossa leitura, não há necessidade de adotar medidas drásticas. Este é o momento para o setor obter mais informação e conhecimento para executar um planejamento mais assertivo. Não podemos parar”.
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, durante a coletiva, também reforçou a sinergia da frente de trabalho brasileira. “O mundo já aprendeu a conviver com este desafio, então não há necessidade de parar com esse e outros eventos. Estamos trabalhando de forma transparente, divulgando todos os casos notificados, e preparados caso haja contaminação no plantel comercial. Atualmente, a orientação envolve erradicação, mas já estamos debatendo uma possível vacina”, insere.
A biosseguridade, como um tema debatido com recorrência na avicultura, demonstra o profissionalismo do setor. “Lembro de quando nos reuníamos, há dez anos, para falar de telamento nas granjas; olha como essa decisão, tomada lá atrás, se tornou importante hoje”, evidencia o presidente do Instituto Ovos Brasil, Edival Veras, concluindo: “Vamos sair deste problema fortalecidos, pois estamos fazendo a coisa certa”.
Com mais de 300 inscritos, a 4ª edição da Conbrasul terá, pela primeira vez, um painel com temas técnicos. Chamado de Painel Conbrasil Tec Ovos, o espaço contará com 12 profissionais para debater, além do panorama da influenza aviária no mundo, também os avanços da pesquisa para fortalecer a sanidade das aves; a produção de ovos e medidas de biosseguridade; as atualizações sobre o uso de cálcio e fósforo em poedeiras comerciais; as formulações de rações com custo mínimo para a produção de ovos; o uso de antimicrobianos na avicultura de postura e enfermidades respiratórias.
Realizado em Gramado, na serra gaúcha e, portanto, distante da região de produção avícola comercial, o encontro exige quarentena dos visitantes de fora do País, como parte das medidas de prevenção.
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