Para Andrade, receita líquida pode chegar a R$ 500 milhões em três anos
A Polinutri iniciou uma reorganização em sua gestão. Esta é a primeira vez que alguém fora do grupo de fundadores assume a presidência da empresa. Paulo Roberto de Andrade, que está na liderança da companhia desde de março, possui 32 anos de carreira no mercado.
“A empresa sempre foi familiar, na qual seus proprietários realizavam toda a gestão, por meio de um conselho composto por seus sócios, mas que neste momento passa por uma reformatação. Os sócios delegaram a gestão operacional do dia a dia da empresa para um profissional de mercado e esse é um marco na história da governança Polinutri”, informa Andrade.
O profissional passou por multinacionais como Nestlé e Unilever. Em fevereiro, deixou o comando da Pif Paf, empresa mineira de produtos à base de carnes suína e de frango. Com a chegada de Andrade, os sócios da Poli-Nutri devem cobrar, sobretudo, a redução da ociosidade.
Além da reorganização da gestão, a empresa também busca modificar sua estratégia operacional visando reduzir este problema, que tem sido observado na fábrica de ração de Treze Tílias, no oeste de Santa Catarina. Inaugurada em 2011 com foco no fornecimento de produtos para granjeiros independentes de frangos e suínos, a fábrica produz atualmente menos de 50% da capacidade total.
Potencial. O presidente explicou que a fábrica de Treze Tílias, que é capaz de produzir 6,5 mil toneladas por mês, embora produza hoje apenas 2 mil mensalmente, permitirá o rápido crescimento da Polinutri. “Podemos chegar tranquilamente aos R$ 500 milhões de faturamento”, assegura. A intenção da Polinutri é atingir esse nível de faturamento em até três anos, segundo ele. Em 2018, a empresa reportou receita líquida de quase R$ 300 milhões. Para 2019, a expectativa do executivo é atingir R$ 320 milhões.
“Os sócios vão para o conselho e assim terão mais liberdade para cobrar”, afirmou o executivo, argumentando que, quando os donos de um negócio estão à frente da gestão, não há quem cobrar por melhores resultados. O profissional também não descarta a entrada de um sócio estratégico no capital da empresa paulista.
Para atingir esses números, a companhia, segundo Andrade, terá de investir mais na oferta de serviços aos clientes, algo que praticamente não faz. Ao oferecer aos granjeiros consultorias que os ajudem a medir a rentabilidade da propriedade rural, a empresa poderá fidelizar os clientes, deixando de ser refém da “guerra de preços” que é comum ao mercado de nutrição animal.
“Nosso produto é mais caro que o da concorrência regional, mas dá maior rendimento de carne”, afirmou. Do ponto de vista fabril, o principal desafio é mesmo a planta de Santa Catarina. Nas outras duas fábricas, em Maringá (PR) e Eusébio (CE), a utilização de capacidade é adequada, disse.
Fonte: Valor Econômico e A.I., adaptado pela equipe feed&food.