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Mulheres que avançam nas churrasqueiras sem medo de se queimar

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Natália Ponse, da redação

natalia@ciasullieditores.com.br

Um dia de churrasco seria formado pelo pacote básico “homem na churrasqueira” + “mulher na cozinha”. São várias as comparações, piadas e histórias colocando o homem como o piloto da churrasqueira e a mulher no fogão, cozinhando maionese, arroz e salada. Sujeira, alta temperatura, cortes maiores… Será que esses fatores de fato afastam a presença feminina nesse ambiente?

Não mais. Contra fatos não há argumentos: a arte do churrasco hoje é difundida entre as mulheres como símbolo de força e persistência no mercado de trabalho. É nessa trajetória que o projeto Churrasdelas se baseia e segue seu caminho de força, fogo e tempero. Juntas, Aline Marinho e Joana Angélica, de São Paulo (SP), percorrem várias regiões despertando a vontade de brasa nas mulheres de todo País.

Ambas se conheceram no programa BBQ Brasil – Churrasco na brasa, exibido pelos canais SBT e TLC em 2016. Foi na frente das câmeras que as duas perceberam que existiam muitas mulheres que gostaram de churras tanto quanto elas – e isso bastou para que o projeto tomasse forma. “Resolvemos nos unir para montar um projeto onde as mulheres assumem a grelha e mostram que também podem fazer um ótimo churrasco”, conta Aline Marinho.

Vinda de uma família grande em que o churrasco fazia parte da rotina, a pequena Aline acompanhava o avô nos preparativos da carne. Já Joana tomou gosto pela atividade mais tarde, na faculdade. “Morava em uma república feminina e todas queríamos fazer churrasco, mas ninguém sabia como fazer. Um dia então resolvi me arriscar, e desde então sempre deu certo”, relembra a churrasqueira.

Com o projeto em prática, elas divulgam conhecimento e empoderamento para que as mulheres acreditem em si mesmas, façam o que quiserem e cheguem aonde almejam: tudo isso por meio do churrasco. “A mulher continua conquistando mais espaço a cada dia, em todos os setores, e isso só tende a aumentar, já que cada vez mais temos conseguido romper as barreiras dos pré-conceitos que ainda existem na sociedade”, contam.

O ambiente predominantemente formado por homens, no entanto, não torna esta tarefa simples. De acordo com elas, ainda existe muito preconceito, mesmo que sutil. “Pouco a pouco começamos a nos unir e mostrar que não estamos só de brincadeira”, destacam.

Exemplo disso é o projeto que envolve Aline, Joana e mais nove mulheres: As Braseiras. Nesta ação não existe competitividade, mas sim, transferência de conhecimentos do setor da carne e culinária para churrasqueiras de todo o Brasil. Compõem o grupo Tatiana Bassi, do Templo da Carne, em São Paulo (SP); Aline Marinho e Joana Angélica, do projeto itinerante Churras Delas, em São Paulo (SP); Ligia Karazawa, do Eataly, em São Paulo (SP); Ana Maria Graef Fornari, do Restaurante Vermelho Grill, de Campo Grande (MS); Tatiana Fornari Busato, do Restaurante Vermelho Grill, de Porto Alegre (RS) e Clarice Chawrtzmann, do projeto “A Churrasqueira”, também de Porto Alegre (RS); Elisabeth Schreiner e Sandra Carvalho, da Meat Shop Florianópolis (SC) e Caroline Barbosa, da marca Carne&Sabor, de Belém (PA).

Mesmo com esses projetos, ainda há dificuldades. “Culturalmente temos o churrasco como um programa recreativo masculino, um método de cozinhar mais rustico que exige, às vezes, força e ‘sujar as mãos’, então por esses motivos as mulheres não se enquadrariam nessa ‘recreação’, segundo alguns homens”, explica Aline, do Churrasdelas. “Conseguimos nosso reconhecimento neste mundo masculino do churrasco, fazendo um excelente churrasco e contra provas não há argumentos”, reafirma.

Para aquelas que desejam assumir as rédeas, ou melhor, as grelhas da churrasqueira, um conselho: “Não temam, como em qualquer outra área as dificuldades irão existir, mas se realmente é o que deseja basta seguir em frente, sendo em um meio masculino ou não, eles nem são tão assustadores assim (risos). Nunca desista dos seus sonhos”, confidenciam as participantes do Churrasdelas.

Congresso Internacional das Mulheres. Para ser inspirar por meio dessa e de outras histórias, o Congresso Nacional das Mulheres é direcionado às agricultoras, pecuaristas, produtoras integradas e cooperadas, profissionais da indústria, executivas, mulheres empreendedoras e a todas as profissionais e sucessoras do agronegócio. Um encontro idealizado pelo Transamerica Expo Center, voltado à inovação, rentabilidade, empreendedorismo e sustentabilidade do setor. Em 2017 a reunião será realizada nos dias 17 e 18 de outubro de 2017. Uma oportunidade única de intercâmbio profissional, conhecimento, reciclagem e acesso aos grandes nomes do agronegócio no Brasil.