Valeria Campos | valeria@dc7comunica.com.br
Daniela Castellani conheceu seu verdadeiro propósito profissional quando ainda cursava Técnico Agrícola em 1989. Naquela época, teve aulas práticas sobre o setor, e o fato de conhecer mais a fundo a aquicultura fez ela se encantar pela atividade.
Mais tarde, ingressou na graduação de Ciências Biológicas, e seu trabalho como técnica em Piscicultura em uma Unidade Demonstrativa de Criação de Peixes, junto da iniciação científica, possibilitou uma vida acadêmica nesta área.
Atualmente como diretora do Centro Avançado de Pesquisa e Desenvolvimento do Pescado Continental do Instituto de Pesca, (IP/APTA/SAA), em São José do Rio Preto (SP), Daniela está à frente de vários projetos. Segundo ela, a região é a maior produtora de pescado do Estado de São Paulo.
“A demanda por pesquisa em toda área da cadeia é grande e fazemos o possível para atendê-la. Penso que descobrir que é possível produzir muito peixe de maneira sustentável, utilizando técnicas inovadoras, é um passo importante para a aquicultura. E transferir este conhecimento é melhor ainda”, ressalta.
Em razão do papel importante da pesquisa para o crescimento do setor, alguns desafios ainda fazem parte do contexto brasileiro. Atuando há 17 anos na área, Daniela elenca alguns deles: “A atividade científica no País é marcada por dificuldades estruturais, como falta de financiamento voltados para a área, baixa remuneração e instabilidade políticas. Isso torna um desafio na carreira”.
Contudo, a oportunidade de promover e gerar conhecimento com a visão de transformá-lo em algo aplicável para sociedade faz tudo valer a pena. “É o que mais me fascina”, diz.
Um movimento importante na área é a maior participação de mulheres na pesquisa e nas publicações. Na leitura de Daniela, é notável esse crescimento e os dados comprovam: “Atualmente, elas são maioria dos alunos da graduação e pós-graduação, e com isso, a tendência é aumentar”.
Ao longo de sua jornada, a experiência foi bastante positiva. Isso porque nunca encontrou dificuldade e/ou preconceito por ser mulher pesquisadora: “Inclusive acho uma ótima profissão”. E para as estudantes que sonham em entrar na área, ela deixa um recado. “Todos devem lutar pelos seus sonhos. Dedicação e conhecimento abrem caminho”, conclui.
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