Um Grupo de Trabalho (GT) foi criado para a revisão do contrato de exportação de carne bovina para a China. A proposta, apresentada em reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), no final de fevereiro, foi aceita e focará, especialmente, nos ajustes dos termos do atual protocolo sanitário.
Os membros da Câmara chegaram à conclusão de que, além da revisão de alguns termos do contrato com os chineses, a realização de um programa de rastreabilidade animal dará mais agilidade para casos de urgência sanitária, levando a respostas mais seguras para agilizar a resolução das ocorrências.
O Grupo Técnico elaborará e apresentará ao MAPA um documento com as alterações reivindicadas para o protocolo atual. Na visão da integrante do GT e coordenadora Técnica e de Projetos da Associação Nacional da Pecuária de Corte (Assocon), Juliane Gomes, a principal preocupação dos pecuaristas é uma possível regulação de preços pelos chineses, o que pode tornar a situação econômica ainda mais complicada.
“As ações do grupo estão direcionadas à prevenção de novos problemas no futuro. É indiscutível a importância desse mercado para o agronegócio brasileiro, mas o Brasil é um fornecedor extremamente relevante, que merece ser ouvido”, pontua.
As normas de exportação ganharam destaque nos últimos dias, quando um caso isolado e atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) foi registrado no interior do Pará. A ocorrência resultou na suspensão imediata dos embarques para a China de carne bovina oriunda de todos os estados brasileiros, afetando a cadeia produtiva como um todo.
“A Assocon luta pelos direitos dos produtores e da cadeia da carne. Entendemos que o protocolo sanitário com a China não é justo e prejudica quem trabalha com responsabilidade e boas práticas de segurança alimentar”, afirma Gomes.
Para ela, vários termos devem ser revistos: “Com nossa participação na Câmara Setorial do MAPA damos voz aos pecuaristas e demonstramos sua insatisfação com as regras atuais, que são indevidas e precisam mudar”.
Fonte: Assocon, adaptado pela equipe Feed&Food.
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