Wellington Torres, de casa
A fim de ressaltar as diversas facetas da produção de carne de frango nacional, Ceva realizou o “IV Fórum de Abatedouros: Novos caminhos e um mesmo orgulho na construção de uma avicultura de sucesso”. Evento ocorreu nesta quinta-feira (19), de modo on-line e ao vivo.
Entre os temas abordados durante ação, “Como estamos no pós-covid, o que veio e ficou, e como ficará” foi abordado durante mesa redonda. Ação contou com a participação do diretor corporativo de qualidade na BRF, José Roberto Gonçalves.
Segundo o profissional, ao focar no mercado consumidor da proteína, dois aspectos se destacam neste novo cenário: a importância da produção local de alimentos e maior conexão entre consumidor e produtos.
“Os consumidores estão valorizando muito a produção local e, globalmente, os países também. [Por exemplo], alguns países com medidas restritivas fortes, cada vez mais entendem que a produção local é importante para um abastecimento constante de produtos e para a tranquilidade no dia a dia”, explicou o diretor.
Perante a conexão entre comprador e compra, para Gonçalves, ela foi potencializada pelo fato de os consumidores estarem mais próximos do preparo dos alimentos. “Já havia uma tendência de programas televisivos ligados a isso e com esse tempo, das pessoas em casas, [ela foi reforçada]”.
Por isso, para que a indústria se atente aos dois pontos, Gonçalves afirmou que é importante entender as características e as expectativas dos consumidores pensando, de certo modo, nas individualidades.
“Nós começamos a ter linhas voltadas para pessoas que tem o diferencial relativo à parte de bem-estar animal. Produtos com linhas especificas voltadas aos que se preocupam com a alimentação oferecida aos animais, uma questão orgânica”, exemplificou, ao complementar que esse processo faz com que os produtores acabem tendo que realizar uma pesquisa, que causa “proximidade com o consumidor, produto e mercado que abastece”.
Futuro x indústria
Ao que se espera para o futuro, num possível pós-pandemia, o diretor reforça que o ambiente digital tem oferecido uma plataforma muito interessante para a indústria. “Uma vez que a quantidade de produtos por delivery começa a crescer, o questionamento que se faz é: por que nós como indústria não podemos entregar o produto para algumas pessoas de maneira direta?”
“Se observarmos a conexão direta com o consumidor, ela é muito mais prática, rápida e traz informações sobre o hábito de consumo que são os diferenciais de mercado”, afirmou o profissional, ao destacar que, atualmente, a BRF já possibilita em seu site, para algumas cidades, a entrega de produtos de maneira direta.
“O entendimento do processo de produção não fica mais restrito ao produto em si, mas também a experiência do serviço e como alcançar esse público, que está hoje comprando on-line. O que ele precisa? Que tipo de produto ele precisa?”, alerta e finaliza.
Além de Gonçalves, Dr. Jorge Luis Chacón falou sobre “As doenças respiratórias no frango de corte e os seus impactos sobre os sistemas de produção”, professor José Maurício França, sobre “As tecnopatias apontadas no abatedouro como indicadores de desempenho operacional e de conformidade dos produtos”. Andréia Dal Pisol, da Cooperativa Aurora, sobre “O gerenciamento das operações industriais e as melhores oportunidades de melhoria de processo e de produtos” e “Influência da imunidade e prevenção de doenças nos resultados do frigorífico’, discutido pelo professor Felipe Caron.
Cobertura completa do evento estará disponível na edição de setembro da feed&food.