João Paulo Monteiro, da redação
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Além das pressões vindas do setor privado, agora há também uma esfera oficial de país para país buscando assegurar a sustentabilidade dos produtos no comércio internacional de carnes. O recente regulamento estabelecido pela União Europeia representa um marco importante, analisa Fernando Sampaio, diretor de Sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Além de garantias sanitárias, países exportadores precisam se comprometer, dentre outros, com o não desmatamento. Essa medida faz parte do Green Deal, que visa tornar a economia europeia mais verde.
Para Sampaio, abordagens como essa, restritivas e com imposições de padrões discriminatórios, não são o melhor caminho. O profissional tem voz ativa nos debates internacionais sobre o tema. Nas últimas semanas, por exemplo, o executivo participou de reuniões em diferentes partes do mundo, como Estados Unidos, Reino Unido, China e Brasil, envolvendo organizações internacionais.
No meio de uma agenda de trabalho atarefada, o executivo da Abiec abriu um espaço para falar à Feed&Food. Na visão dele, o Brasil precisa construir uma agenda diferente, especialmente junto aos países em desenvolvimento. “Temos que perseguir uma abordagem de interesse mútuo, promovendo a segurança alimentar e a redução do impacto ambiental”, resume.
Como projeta o executivo, a demanda global por carne continuará crescendo, principalmente impulsionada pela China; e ainda, países do sudeste asiático também seguem esse caminho, posteriormente será a vez dos africanos. “O aumento da renda e a ascensão da classe média nesses locais têm impulsionado o consumo de carne”, explica.
E o Brasil, com suas possibilidades únicas de produção, é o local ideal para atender a essa demanda de forma sustentável. Assim, para ele, o País se encontra diante de uma oportunidade única, contudo, o desmatamento ilegal ainda é o nosso “calcanhar de Aquiles”.
A entrevista completa com Fernando Sampaio estará na edição de julho da Revista Feed&Food.
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