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Fatores impedem nascimento natural do bezerro: o que fazer?

O chamado “parto distócico” afeta negativamente o desempenho de bezerras leiteiras
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FOTO: REPRODUÇÃO

A incapacidade de um bezerro se apresentar ao nascimento de maneira natural, chamado de “distocia”, é um evento preocupante que pode ter consequências significativas para o bezerro neonato. A incidência de distocia tem aumentado nas fazendas leiteiras, e bezerras com baixa vitalidade geralmente nascem de mães que tiveram distocia.

Os efeitos fisiológicos são amplamente conhecidos. Bezerros que passam por estresse grave no parto, frequentemente sofrem de hipóxia prolongada e acidose significativa, o que pode resultar em natimorto imediato ou reduzir sua sobrevivência a longo prazo.

A ocorrência de distocia é influenciada por diversos fatores, incluindo a genética da mãe, tamanho e conformação do bezerro, condição de saúde da vaca e manejo do parto. Quando uma distocia ocorre, tanto a mãe quanto o bezerro estão em risco – e é essencial compreender os efeitos dessa condição no recém-nascido.

Os bezerros que sobrevivem após uma hipóxia prolongada geralmente são fracos e demoram a se levantar e mamar. Essas deficiências não apenas afetam negativamente a absorção de imunoglobulinas colostrais, mas também prejudicam a regulação da temperatura corporal, o que os torna mais susceptíveis a doenças nessa fase inicial.

A distocia também pode causar traumas físicos nos bezerros, especialmente quando ocorre força excessiva durante o parto, que pode afetar a função do sistema cardiopulmonar dos bezerros e causar danos internos. Esses traumas podem ter consequências a longo prazo e impactar negativamente o desenvolvimento e a saúde geral dos bezerros.

Além disso, a distocia é uma fonte potencial de trauma que afeta a função do sistema cardiopulmonar, especialmente quando força excessiva é aplicada durante o parto. Repetindo, o potencial da distocia afeta negativamente a sobrevivência da bezerra e pode ocorrer por meio de múltiplos mecanismos.  

Bezerras distócicas que estavam vivas ao nascer experimentaram maior estresse fisiológico, redução da transferência de imunidade passiva, bem como maior morbidade e mortalidade. As que se apresentavam em posição errada durante o parto, exigem mais tratamentos do que outras e têm maiores taxas de mortalidade.

O bem-estar de bezerras distócicas nascidas vivas é uma causa significativa de preocupação no período neonatal. Além do impacto negativo no bem-estar, aumenta os custos de criação dessas bezerras (principalmente por meio de maior morbidade e mortalidade).

A prevenção e redução de partos distócicos pode, portanto, beneficiar o bem-estar e a produtividade da fazenda, bem como otimizar o desempenho tanto da vaca quanto da cria. Medidas preventivas potenciais podem incluir a melhoria do ambiente periparto e nutrição da mãe, aumento da seleção genética para facilidade de parto e criação otimizada de novilhas.

Além disso, a assistência qualificada e higiênica oportuna da vaca, bem como o cuidado personalizado e intensivo da bezerra são essenciais para minimizar os efeitos adversos da distocia na bezerra.

As recomendações atuais sugerem que a primeira refeição de colostro deve ocorrer nas primeiras 2 horas de vida (Padrão Ouro de Criação de Bezerras e Novilhas Leiteiras, 2022), a fim de assegurar a transferência de imunidade passiva e condições para que a bezerra recém-nascida consiga lidar com os desafios ambientais.

Confira o estudo completo no site.

Fonte: Milkpoint, adaptado pela equipe FeedFood.

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