Mesmo com percalços como a guerra da Ucrânia em 2022, que encareceu o preço dos fertilizantes e o custo dos grãos (afetando consequentemente os setores de avicultura e suinocultura), a produção de carnes do Brasil manteve sua tendência de crescimento.
Nesse cenário, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou a previsão de um novo recorde na produção e exportação de proteínas (suínos, aves e bovinos) em 2023.
A expectativa é que a produção alcance 29,6 milhões de toneladas, com uma previsão de exportação de 9 milhões de toneladas. Mesmo com a alta no volume exportado, a disponibilidade de proteínas no mercado nacional será de 20,44 milhões de toneladas, registrando um crescimento de 2,4% em relação a 2022.

O recorde é reforçado pela suinocultura, com alta projetada em 2,7% em relação ao ano passado, perfazendo 5,32 milhões de toneladas. A bovinocultura deve produzir 9 milhões de toneladas e o setor de aves, 15,21 milhões de toneladas. O aumento da oferta de carnes no mercado interno tem auxiliado na redução de preços da cesta básica e ajudado no controle da inflação.
O técnico do Departamento Econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Thiago Rocha, explica que, durante a pandemia, o auxílio emergencial sustentou a demanda por carnes no País. Porém, o segmento de proteínas enfrentou outros desafios.
Com a retomada das atividades, após a fase mais crítica da pandemia, Thiago conta que veio o advento da guerra na Ucrânia. “Entretanto, após alguns meses, as coisas foram se acomodando e foi observado recuo do preço dos fertilizantes – um elemento imprescindível para a produção de grãos e, por consequência, diminuição dos custos para as cadeias produtivas dependente de grãos. Essa diminuição fez com que o setor produtivo mantivesse os índices de produção tanto para suíno quanto para frango”, afirma.
Fonte: Faesp, adaptado pela equipe FeedFood.
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