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SUINOCULTURA

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Comunicação está no sangue, e o futuro da suinocultura presente no olhar

Por feedfood
feedfood@feedfood.com.br

Natália Ponse, da redação

natalia@ciasullieditores.com.br

Quando se fala em carne suína, muitos brasileiros torciam o nariz. As inverdades proferidas com relação à proteína eram seculares, já que nossos antepassados não tinham o conhecimento que temos atualmente. Hoje, a história já é outra. Encontramos o produto com facilidade em restaurantes, supermercados e confraternizações. Quem imaginava adicionar bacon até no sorvete ou na cerveja? Lívia Machado imaginou – e fez acontecer.

A recente (e crescente) popularização deste ingrediente na mesa verde e amarela tem as mãos desta profissional. Administradora, empreendedora e executiva, possui MBA internacional em Gestão Estratégica pela Fundação Getúlio Vargas de Brasília (FGV, Brasília/DF) e certificado pela Ohio University (EUA). A longa lista de títulos foi somente uma parte do que a levou à atual posição de diretora de Projetos e Marketing da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS, Brasília/DF).

Hoje aos 33 anos, a executiva conta que sua trajetória na suinocultura começou lá atrás. “Nasci em Ponta Nova (MG), onde existem mais suínos do que pessoas”, brinca. Foi na Associação de Suinocultores do Vale do Piranga (Assuvap, Ponte Nova/MG), em 2003, onde teve a primeira oportunidade profissional. “Eu tinha recém-saído do ensino médio e pude ajudar os produtores na função de secretária, atuando em algumas áreas administrativas da instituição”, relembra Machado.

A suinocultura, desde o primeiro momento, representou uma atividade de paixão para ela. Vendo e admirando o engajamento dos produtores, a maneira como eles se dedicavam e a responsabilidade com a qual eles produziam, ficou fácil de perceber o potencial de crescimento da carne suína como marca dentro do Brasil: “De 2004 a 2009, a Assuvap me deu muitas oportunidades de crescimento, de participar de cursos e também de fazer algumas ações, feiras e ações de marketing por meio da carne suína”.

A ABCS já acompanhava o trabalho de Lívia Machado na Assuvap desde 2007, época em que Rubens Valentini presidia a associação nacional. Foi quando em 2009 surgiu o convite para alçar voos maiores, coordenando o Programa Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), projeto que começaria a incrementar o consumo de carne suína no Brasil por meio de sete Estados. “Eu aceitei esse desafio profissional, que foi sem dúvida um marco na minha vida, pela experiência de mudar de cidade e de oportunidade profissional mesmo. Então, eu considero a ABCS uma grande escola. Desde 2010 estou aqui me relacionando com o Sebrae, com o varejo e com outras instituições parceiras”, afirma.

O grande destaque de suas realizações junto à ABCS foi a coordenação e implementação estratégica deste projeto de incremento ao consumo no Brasil. O ponto alto das conquistas veio com a Semana Nacional da Carne Suína (SNCS), que engloba ações de consumo em parceria com redes de varejo em todo o País. Só no ano passado, a campanha foi realizada em quase 600 lojas distribuídas em 18 Estados. Com isso, a SNCS ampliou sua atuação para diferentes segmentos como varejo de luxo, hortifrúti, hipermercados e supermercados, dando origem a campanhas inéditas com viés educativo e maior oferta de carne suína para públicos distintos.

Falando de associativismo, Lívia Machado destaca que hoje há grandes oportunidades dentro da suinocultura para a mulher, devido à sua capacidade de visão sistêmica, de inovação, de criatividade e de empreender. “Hoje conseguimos, por meio desses atributos, alcançar algumas lacunas que antes estavam em aberto nesse mercado do agronegócio nacional e na suinocultura, que é um setor que vem crescendo cada vez mais no Brasil”, pontua a profissional.

Ela revela perceber que os desafios são inerentes aos de todo profissional frente às mudanças tecnológicas e econômicas do Brasil em qualquer ramo de atividade, mas que o diferencial é a forma de enfrentar essas situações: “Agregamos uma flexibilidade e adequação às situações do dia a dia, além da capacidade de atentar cada vez mais para as necessidades do público consumidor e de seus desejos”.

A pluralidade da jornada feminina é, sem dúvidas, o grande desafio. “Tenho estudado e aprendido muito sobre o gerenciamento de emoções, uma vez que as mulheres são gigantes na capacidade de ter uma visão sistêmica, de agregação, de liderança de equipe e de implementação de ideias”, fala. Uma dica que ela deixa para você, mulher, que deseja entrar para o agronegócio é: se conheça. “É preciso, além da dedicação, saber quem você é e controlar as atitudes e emoções dentre os desafios enfrentados. É preciso entrar na atividade, sonhar junto e somar, já que a suinocultura não é uma atividade distante do seu dia a dia”, finaliza esta mulher que já faz parte da história da carne suína no Brasil.