Unidade é a única que faz diagnóstico de todas as doenças aquáticas
O Aquacen, principal laboratório de pesquisa aquática do Brasil, situado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), quase foi fechado. A unidade é reconhecida por ser a única no País que faz o diagnóstico para todas as doenças de animais aquáticos, inclusive aquelas de notificação obrigatória à Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), e que inclusive já havia aprovado a proficiência das técnicas diagnósticas.
Em um trabalho conjunto com a universidade, a CNA conseguiu a prorrogação por três meses do Termo de Execução Descentralizada (TED) que mantinha o laboratório em funcionamento. “A universidade nos procurou pedindo ajuda para prorrogar o prazo de vigência do TED que se encerraria no dia 31 de dezembro, pois, sem isso, o laboratório seria desativado e não dava tempo de fazer um novo TED devido a questões orçamentárias,” explica a assessora técnica da Comissão Nacional de Aquicultura da CNA, Lílian Figueiredo.
De acordo com a profissional, os profissionais que trabalham lá são todos especialistas na área, e a unidade fica dentro de uma universidade de referência. O Aquacen faz análise nacional e também dos animais importados que chegam ao País. Eles ficam em quarentena para verificação de doenças antes de entrarem no mercado e, assim, evitar impactos na produção.
A prorrogação foi assinada em conjunto pelo Ministério da Agricultura, Secretaria Especial da Aquicultura e Pesca e Universidade Federal de Minas Gerais. “Esse prazo deu um fôlego ao setor, mas o problema ainda não está resolvido. Agora no início do ano estamos trabalhando para a construção de um novo Termo de pelo menos dois anos que dê continuidade às atividades do laboratório”, reforça a assessora técnica.
Segundo ela, manter o Aquacen é fundamental devido às perspectivas de crescimento da aquicultura no País, que necessita crescer com segurança sanitária: “Se não tivermos um laboratório que dê respaldo para isso, a gente vai começar a crescer susceptíveis a problemas sanitários.”
“A CNA teve papel fundamental nesse processo de prorrogação porque a entidade entende a importância do laboratório para a regulação e segurança sanitária da cadeia produtiva”, afirma o professor Henrique Figueiredo, responsável pelo Aquacen.
De acordo com o professor, o Brasil é um dos países que mais atrai investimentos para o melhoramento da genética de tilápia, peixe mais produzido no País. Atualmente parte do material genético utilizado na cadeia da tilápia no Brasil é importado.
“O Brasil é livre de algumas doenças da tilápia que tem no mundo, é importante manter isso para mostrar aos investidores que nosso material é seguro. E nos próximos 10 anos podemos deixar de ser importadores para ser exportadores de genética da tilápia e o Aquacen é a entidade que pode contribuir para isso”, complementa.
Fonte: CNA, adaptado pela equipe feed&food.