Os fenômenos climáticos El Niño e La Niña, agem de maneiras opostas na agropecuária brasileira, trazendo chuvas intensas ou períodos de seca em diferentes regiões do País.
O El Niño resulta em condições mais úmidas, aumentando o volume de chuvas em algumas áreas e favorecendo o desenvolvimento de culturas agrícolas, devido ao aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico.
Já a Lã Niña tende a trazer períodos de seca e instabilidade climática, afetando negativamente a produção agrícola, por conta do resfriamento das águas do Pacífico.
No Brasil, o El Niño costuma causar secas nas regiões Norte e Nordeste, enquanto o La Niña, por outro lado, traz chuvas para essas áreas. No Sul do Brasil, o El Niño está associado a um aumento no volume de chuvas, enquanto o La Niña resulta em uma redução das precipitações.
“Esses efeitos climáticos extraordinários estão mudando as diretrizes de controle do agro; uma coisa que no passado era esperada e previsível, hoje, já não pode ser mais prevista ou entendida”, relatou o líder de Inteligência e Assessoria Comercial da Biond Agro, Felipe Jordy.
Em 2024, a ocorrência do El Niño, somado a mudanças climáticas, resultou em um aumento significativo do volume de chuvas na região sul do Brasil, causando inundações e danos às lavouras, comprometendo os negócios e gerando incertezas em relação à agropecuária do estado do Rio Grande do Sul.
De acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA), a La Niña pode se desenvolver entre junho e agosto, tendo 49% de chance de ocorrer; ou julho e setembro, com uma probabilidade maior, 69% de chance.
As chances entre os meses de setembro e outubro, início do plantio da safra verão, já ultrapassam 80%. As projeções do órgão apontam para uma intensidade de fraca a moderada do fenômeno climático, por ora.
“Dada a presença da La Niña, entidades e fontes do mercado já esperam uma melhor produtividade no Brasil, especialmente no Centro-Oeste, onde na safra 23/24 houve uma quebra superior a 16%, frustrando as expectativas iniciais que superaram os 160 milhões de toneladas de soja. Números acima das primeiras projeções para o ciclo atual já são esperados para a safra futura, a 24/25”, afirmou Felipe.
Segundo ele, apesar das primeiras projeções, é importante citar que muitas coisas podem e devem acontecer, desde a definição do potencial produtivo nos EUA, que altera as cotações de Chicago e consequentemente a rentabilidade do produtor Brasileiro, até as definições de área e investimento no Brasil.
Fonte: Biond Agro, adaptado pela equipe FeedFood.
LEIA TAMBÉM:
Clana 2024: um marco para a sustentabilidade e inovação no setor
SP envia corpo técnico para recomposição das áreas de produção agrícola do RS
“Enorme impacto”: veja o que dizem associações sobre a MP que aumenta carga tributária do agro