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Carcinicultura marinha: uma análise da produção em 2023

Itamar Rocha é presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão
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O levantamento estatístico sobre as projeções da produção mundial de camarão marinho para 2024 aponta para um crescimento de 4,8%, em relação a 2023, o que, embora seja inferior à média do crescimento setorial dos últimos 10 anos, no entanto, considerando a atual crise econômica mundial, associado a redução nos preços praticados pelos principais mercados importadores, o destaque vai para o fato de que os principais produtores mundiais, confiantes na recuperação da economia mundial, projetam crescimentos nas suas produções de camarão.

Nesse contexto, na análise sobre os principais países produtores de camarão marinho cultivado, o Equador se destaca de forma preponderante, pois, se em 2022 já havia assumido a liderança mundial da produção (1.270.000 t), em 2023, a despeito da generalizada crise na economia mundial, sua produção cresceu para 1.430.000 t, se mantendo na liderança, aliás, bem acima do segundo colocado, a China (1.150.000 t), seguida pela Índia (800.000 t), Vietnã (440.000 t), Indonésia (320.000 t), Tailândia (270.000 t), Brasil (180.000 t), México (145.000 t), Venezuela (60.000 t) e Arábia Saudita (55.000 t).  

No entanto, o mercado mundial importador de camarão, do ponto de vista financeiro, não foi favorável para os principais países exportadores em 2023. O fato deve ser objeto de alerta para os demais países produtores, que estão crescendo nas produções, com foco nas exportações, a exemplo do Brasil e Venezuela. Basta ver que, enquanto a produção de camarão do Equador em 2023 (1.430.000 t) cresceu 14% em relação a 2022 (1.270.000 t), o valor total das suas exportações de 2023 (US$ 6,3 bilhões) registrou um declínio de 5% em relação a 2022 (US$ 6,65 bilhões).

Levantamento estatístico sobre as projeções da produção mundial de camarão marinho para 2024 aponta para um crescimento de 4,8%, em relação a 2023 (Foto: reprodução)

Isso, a despeito do volume de camarão cultivado do Equador exportado em 2023 (1.215.000 t) ter sido 14% (154.000 t) superior ao volume exportado (1.061.000 t) em 2022. Ainda, os efeitos da generalizada crise econômica mundial naturalmente contribuiram para a redução do consumo de camarão em 2023, com uma significativa baixa nos preços, que registraram uma queda de 17%, tanto por parte dos EUA, União Europeia, Japão, como China. As exportações de camarão foram afetadas duramente, haja visto que os preços do camarão exportado em 2023 (US$ 5,18 /kg), em relação aos preços de 2022 (US$ 6,28/kg), no limite dos custos de produção, afetaram a competitividade da produção e das exportações da maioria dos países produtores.

Evidentemente, o cenário internacional já apresenta sinais de recuperação econômica, a exemplo dos EUA, UE e China, basta ver que o próprio Equador exportou 105.792 t de camarão marinho cultivado em dezembro de 2023, um volume 18% superior ao exportado em dezembro de 2022. 

No entanto, embora tenha havido um crescimento de 9% nas exportações de camarão do Equador para os EUA, em dezembro/2023, bem como de 15% nas exportações para a Espanha e 50% para a Itália, em relação a dezembro/2022, ainda não é motivo para comemorações, haja visto que os preços médios do camarão equatoriano, das exportações de dezembro de 2023, terem sido de US$ 4,75 / kg, abaixo dos US$ 4,81 / kg de novembro / 2023 e dos US$ 5,37 de dezembro de 2022.

Leia, na íntegra, a coluna “CARCINICULTURA MARINHA”, na página 64 da edição de março (nº 203) da Revista FeedFood.

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