BOVINOCULTURA

Conteúdo

Bovinocultura também exige controle de micotoxinas

Bovinocultura também exige controle de micotoxinas. Pesquisas apontam que os ruminantes também precisam de atenção na gestão de risco
feedfood
Foto: reprodução
Pesquisas apontam que os ruminantes também precisam de atenção na gestão de risco

Na produção de aves e suínos, as micotoxinas – substâncias tóxicas produzidas por fungos, encontrados nas rações de animais já são bem conhecidas e os efeitos da intoxicação nas criações devem ser evitados em todas as fases de produção. Entretanto, pesquisas têm apontado que os ruminantes também precisam de cuidados específicos na gestão desses riscos de contaminação.

“Antes dos últimos avanços nos estudos, acreditava-se que a fermentação no rúmen fosse capaz de detoxificar todas as micotoxinas presentes nos alimentos. Hoje, observa-se que várias micotoxinas são biotransformadas em compostos com toxicidade equivalente ou até superior ao composto original”, explica o médico veterinário Thomer Durman, gerente de vendas para ruminantes da Alltech.

Para avaliar o panorama de risco na alimentação de ruminantes no mundo, a Alltech fez um levantamento, em 2018, em dietas para bovinos de leite e de corte. Foram mais de 900 amostras, e o resultado mostrou que, para vacas de leite, 47% das amostras estavam em alto risco. Já para bovinos de corte, 40,8% estavam em alto risco. No estudo que englobou a análise de mais de 40 micotoxinas, foram encontradas, em média, pelo menos 6 micotoxinas em cada amostra.

Entre os principais reflexos que essa contaminação pode causar nos ruminantes estão os impactos clínicos e impactos zootécnicos. “Os primeiros são desordens metabólicas, como diarreias, disfunção hepática, ou aborto, no caso de matrizes. Esses acontecem nos animais quando expostos a médias e altas contaminações. Outro impacto é nos índices produtivos e reprodutivos, que serão percebidos apenas se a produção passa por levantamento de dados, como: ganho médio diário, ganho de carcaça, consumo, taxa de prenhez, dentre outros”, explica Durman.

O médico veterinário destaca que, em geral, as micotoxinas podem ter três origens principais: lavoura, armazenamento e processos. Além disso, uma vez depositadas, essas substâncias têm alta estabilidade, ou seja, mesmo que algum manejo elimine os fungos, se os compostos tóxicos já foram depositados, vão permanecer no alimento. Por isso, é importante entender qual etapa pode ser melhorada no controle de fungos. Para ter conhecimento do risco momentâneo, é indicado fazer análises de micotoxinas em laboratórios de confiabilidade de resultados.

Para auxiliar a superar esses desafios e evitar a contaminação por micotoxinas na criação de ruminantes, confira algumas dicas do especialista:

1. Na lavoura: manter condições como calor e umidade fora do alcance do desenvolvimento da planta. Outra opção é dar preferência por híbridos de plantas com algum grau de resistência aos ataques fúngicos e de insetos, e caso necessário, manejos com antifúngicos são essenciais.

2. No armazenamento das rações: quando se trata de armazenamento por processo fermentativo, como silagens, a qualidade da compactação, vedação e desensilagem são essenciais para manter os fungos longe dos alimentos. Manter ambientes limpos e descartar todo material visivelmente embolorado também pode ajudar, assim como manter o alimento bem vedado o tempo todo de armazenagem. No caso do armazenamento de grãos, o que pode dificultar a produção de fungos é manter os grãos livres de alta umidade e calor.

3. Nos processos: manter qualquer equipamento ou local, que terá contato com o alimento, limpo e livre de contaminação por fungos.

4. Adsorventes: é preciso neutralizar o desafio com eficiência, usando adsorventes que sequestram as micotoxinas, como o Mycosorb A+, a proteção é indispensável. Com um bom adsorvente de micotoxinas, não importa a origem da contaminação: a sua criação ficará segura contra intoxicações que irão limitar o consumo, produção, reprodução e saúde dos animais.

Fonte: A.I.