Alta dos custos é principal motivador para a mudança
Recém-saída do melhor ano de sua cinquentenária história, a catarinense Aurora Alimentos, terceira maior indústria de aves e suínos do país, prepara-se para uma temporada mais turbulenta.
A disparada dos grãos que compõem a ração apertou as margens do negócio de carne de frango, que responde por cerca de 30% do faturamento. Sem alívio de custos no horizonte, a cooperativa já discute reduzir sua produção.
O presidente da central de cooperativas, Neivor Canton, comemorou o resultado recorde do último passado – desempenho puxado pelas exportações de carne suína à China -, mas reconheceu que a situação do mercado de carne de frango é negativa. “O frango já está no vermelho”, ressaltou ele.
Entre analistas, o forte ritmo de produção de frango é tema de debate desde o ano passado. Alguns chegaram a demonstrar espanto com a resistência das agroindústrias em cortar a produção, uma das poucas alternativas para tentar equilibrar as margens – ao reduzir a oferta, a chance de uma recomposição de preços aumenta e a demanda por grãos para ração recua.
Para a Aurora, o negócio de carne suína, o principal da cooperativa, é um contraponto às adversidades da carne de frango. Mesmo que os grãos também tenham reduzido as margens, a demanda internacional – especialmente da China – segue forte, apesar da desaceleração habitual que precede o Ano Novo Lunar.
Fonte: Valor Econômico.