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Alicerçado na palavra união, Arnaldo Borges é a nova liderança da ABCZ

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Luma Bonvino, da redação

luma@ciasullieditores.com.br

“Nossa principal diretriz é trabalhar, e trabalhar muito, com a participação ativa dos associados de todas as raças, maior aproximação do corpo técnico e promoção e fortalecimento das parcerias com outras entidades. Em outras palavras, será uma gestão dedicada e marcada com a união de esforços e propósitos de todos”.  É com essas palavras que Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges se apresenta ao mercado, agora como o novo presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ, Uberaba/MG).  

Conforme eleição realizada na segunda-feira (01), a sua chapa, “A a Z, ABCZ para Todos”, recebeu 50,9% dos votos e será responsável pela gestão da entidade no triênio 2016/2019. Com histórico na associação, Arnaldo teve seu primeiro contato em 1978 como membro do Conselho Deliberativo Técnico da Raça Gir. Dois anos depois, o pecuarista foi membro da diretoria somando também, em 1982, a Diretoria do Departamento Técnico. Na caminhada dentro da ABCZ ainda elenca o retorno à equipe de direção em 1990 e 2001, além da primeira vice-presidência de Luiz Carlos Paranhos.

“Desde o início dessa trajetória de 38 anos de dedicação para a ABCZ, o foco foi o trabalho incansável. Felizmente, isso trouxe muitas conquistas para evolução do melhoramento genético do Zebu”, afirma. Atualmente, o profissional diz que, em sua avaliação, a entidade deve contribuir de uma forma muito mais abrangente, auxiliando os pecuaristas com ferramentas e conhecimento técnico, ao mesmo tempo em que fornece o acesso à alta qualidade genética e na gestão de sua atividade. “Isso é necessário para assegurar o desenvolvimento da pecuária, a conquista de mais associados, a geração de resultados para o criador e, consequentemente, a criação de empregos”, sinaliza.

Sempre utilizando a terceira pessoa do plural, em entrevista à feed&food, Arnaldo aposta na força coletiva. Segundo ele, o êxito na eleição se deve justamente ao empenho de todos que deram apoio. “Conseguimos formar uma diretoria renovada, unindo lideranças e criadores com competência de trabalhos reconhecidos”, exalta, valorizando a dedicação dos envolvidos. “Nossas propostas objetivam uma ABCZ com participação ativa de todos os associados de todas as raças e modelos de criação. Para isso, propusemos a aproximação do elo entre a ABCZ e os associados, que se faz por meio do corpo técnico da entidade. Esses focos vão ao encontro com as reinvindicações que pudemos discutir com os associados de todas as regiões do Brasil, durante as diversas viagens realizadas”.

Reconhecido como incentivador e promotor do Zebu, o novo presidente assume em momento delicado do País, porém, não acredita que o fato prejudicará sua gestão, mas sim trará desafios maiores, dos quais se diz preparado. “Durante essa crise, o agronegócio se fortaleceu mais ainda, pois resiste mais do que os outros setores da economia. Temos que aproveitar essa força e destaque do setor para lutar e conquistar nossas reinvindicações, com a demonstração de que a agropecuária pode contribuir mais para nossa economia”, acredita, adicionando que o atual momento obriga a gestão ser cada vez mais eficiente, o que irá assegurar o sucesso do trabalho.

Ao mesmo tempo, a atual gestão partilha dos ideais da anterior, no que refere à organização política do País, quando a entidade apresentou o manifesto favorável ao governo de transição liderado por Michel Temer. “Historicamente a ABCZ tem uma representatividade política e, para manter esse reconhecimento, deve sempre se posicionar nas importantes questões do governo, especialmente em relação ao agronegócio”, pontua. “Em nossa opinião, o processo de impeachment respeita nossa Constituição Federal e democracia. Por isso, devemos apoiar a transição para Michel Temer. Esse apoio é essencial para que seu governo tenha legitimidade para conduzir as medidas que o Brasil precisa nesse momento de crise”, diz.

Especificamente no que tange a gestão da entidade, Arnaldo opinou também sobre as principais frentes da associação, constituídas, por exemplo, pelo Registro Genealógico, Programa Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ) e número de associados. Ele comenta que em relação ao primeiro semestre de 2016 houve a divulgação do crescimento dos registros genealógicos de nascimento e definitivo em comparação com a quantidade realizada em 2015, que foi um ano de queda histórica nos serviços. Mas, ainda não foi revelado, e busca-se tomar conhecimento, se também houve melhora no desempenho financeiro deste primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado. “Em nosso trabalho, analisaremos esses números com muito critério e com foco na retomada definitiva e em longo prazo do desempenho dos serviços da ABCZ, que reflita em resultados para os associados e para a situação financeira da entidade”, cita.

Conforme lembra, recentemente, o Departamento Técnico da ABCZ discutiu com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, Brasília/DF) medidas para redução da burocracia nos registros. “Uma de nossas metas será trabalhar forte nessa simplificação, aliada com a diminuição de custos para o associado e na melhoria da qualidade dos serviços. Somando isso com investimento nos importantes programas da ABCZ (PMGZ, Pro Genética e PNAT), retomaremos a trajetória de crescimento em todos os aspectos”, completa.

Com o novo desafio, que apenas começou, Arnaldo Borges se diz grato pelo voto de confiança e com “vontade de trabalhar para conseguir as mudanças que o associado espera”. “O compromisso é realizar esse trabalho de forma dedicada, transparente, com a união e participação dos associados e interatividade com outras entidades, sempre buscando o melhor para os associados, para o zebu e para ABCZ”, encerra.