João Paulo Monteiro, de Chapecó (SC)
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O 2º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte destacou a importância da integração lavoura-pecuária no manejo de pastagens, um conhecimento milenar que combina sabedoria tradicional com ciência moderna.
Quem detalhou o tema, na manhã desta terça (07), no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo De Nes, em Chapecó (SC), foi Paulo Adami, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campus Dois Vizinhos.
Adami salientou que, embora haja um vasto conhecimento sobre integração, desafios ainda persistem no campo, seja devido a condições climáticas, geada, falta de chuva ou oferta inadequada de forragem em determinados momentos. De acordo com ele, é necessário um planejamento alimentar abrangente nas propriedades, o qual inclua o uso de forragem conservada, como feno e pré-secado, bem como o cultivo de espécies forrageiras alternativas.
O manejo bem realizado evita também problemas como o sobrepastejo, que pode afetar o sistema de produção como um todo, prejudicando a rebrota, o solo e o ganho animal.
Nesse cenário, Paulo Adami destacou as oportunidades no Brasil, especialmente em estados como Rondônia, que possui 7 milhões de hectares de pastagem. “A única alternativa para transformar essas áreas e aumentar o potencial produtivo é inserir a pastagem no sistema de produção”, afirma e completa: “O animal é um catalisador de processos dentro do sistema de produção e a pastagem tem um papel fundamental na sustentabilidade do sistema produtivo”.
Assim, o professor encorajou os pecuaristas a diversificar suas atividades, incluindo o cultivo de grãos. Para ele, a nova geração de pecuaristas, com fácil acesso à informação, aliada à disponibilidade de crédito acessível, tem a capacidade de ampliar a adoção de práticas mais sustentáveis na agropecuária, como a integração.