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Ações estratégicas blindam frigoríficos brasileiros contra influenza

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Foto: reprodução

Natália Ponse, da redação

natalia@ciasullieditores.com.br

A disseminação é rápida. Em menos de 48 horas o vírus atinge múltiplos órgãos de um lote de aves, podendo levar 100% das aves afetadas à morte. Apesar de, felizmente, a influenza aviária não impactar (diretamente) a população humana, as consequências de um surto no Brasil seriam desastrosas para a economia e para o consumidor.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA, São Paulo/SP) demonstra o impacto da enfermidade na relação dos países impactados com o mercado global: os Emirados Árabes notificaram a suspensão de importações de regiões na Áustria, Hungria, Rússia, Suécia, Holanda e Ucrânia; a Rússia notificou o banimento de importações de material genético de algumas regiões da Alemanha; a     Arábia Saudita notificou o banimento de importações de material genético de regiões húngaras e da Índia e a África do Sul notificou o banimento da Polônia, Holanda, Dinamarca, Alemanha e Hungria.

“Nos locais onde foram registrados focos da doença, houve o abate massivo de aves e o bloqueio das vendas impostos por determinados mercados importadores. São bilhões em prejuízos. Em 2015, por exemplo, o déficit superou US$ 3 bilhões”, divulga a associação. 

A boa notícia é que a enfermidade não atingiu o Brasil, muito pelo contrário, trouxe resultados positivos. Como explica a ABPA, entre 2004 e 2005 o País se consolidou entre os líderes mundiais no comércio internacional de carne de frango, justamente no momento em que diversos mercados demandaram ainda mais dos produtos nacionais.

“Recentemente, com o registro de focos de influenza em mais de 40 países nos últimos três meses, nossas exportações foram influenciadas positivamente, encerrando janeiro com alta de 34,1% nas exportações em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo US$ 604,9 milhões”, comemora a associação.

Apesar de caminhar com segurança na trilha sanitária, o momento não é de desleixo. Ao invés, o Brasil vem somando forças e pensando estratégias para que não haja sequer um risco de que a influenza aviária adentre nossas produções. Entre as ações, a ABPA colocou em prática um protocolo específico de biosseguridade voltada para a avicultura, que conta com uma série de orientações nos vários espaços da cadeia agroindustrial. Nisto inclui-se granjas, centros de distribuição, plantas frigoríficas, escritórios e demais espaços em que circulam profissionais do setor.

Em frigoríficos especificamente a ação é pontual, uma vez que o contato com aves silvestres é o fator mais determinante na ocorrência de surtos em aves domésticas, já que a transmissão ocorre entre aves vivas. Quem explica é o médico-veterinário e professor da Universidade Tuiuti do Paraná (PR), José Maurício França (foto lateral).

“A ação dos frigoríficos reside na importância de combater a disseminação do vírus, quando no caso da influenza já instalada, uma vez que ao considerar a cadeia de produção de frangos de corte, os frigoríficos são como vetores, pois que toda a produção converge para o ambiente industrial”, pontua o especialista.

Para evitar o contágio nos animais a estratégia envolve controle e desinfecção de veículos, gaiolas de transporte, restrições de trânsito e planos de contingência logística. O controle de trânsito de turistas provenientes de áreas infectadas pelo vírus, calçados e vestimentas também contribui para evitar a disseminação.

O consumidor, citado no início da reportagem, sofre com as consequências da doença no mercado. A redução do plantel pelo sacrifício de lotes de aves acometidos, conta França, implica em perda da capacidade produtiva e redução da oferta de produto, com severas distorções no valor de mercado dos produtos avícolas e seus insumos.

“As restrições comerciais decorrentes de um surto de influenza impactariam de forma bastante negativa na balança comercial do agronegócio, índice de desemprego no setor, o desenvolvimento social em polos regionais específicos, com distorções de oferta e demanda da carne de frango no mercado interno e finalmente aumento de ociosidade do nosso parque industrial, pois as exportações estariam severamente comprometidas, considerando que pelo menos 30% da produção de carne de frango brasileira é destinada para a exportação”, diz o especialista, complementando que haveria redução de oferta de carne de frango também para o mercado interno, devido à forte redução dos plantéis avícolas.

Certificar-se da segurança sanitária (só lança link do SAA pedindo pro MAPA medidas) na produção de alimentos é papel fundamental de um País que tem como missão alimentar o mundo (só lança o link da campanha). A lição de casa já está sendo feita e com louvor, mas em nenhum momento a guarda deve afrouxar (aqui no “guarda” só lança a notis de produtores de Minas sobre exames). Como um aluno nota dez, o Brasil tem o dever de continuar se empenhando para manter o sucesso sanitário responsável por alçá-lo a novos mercados globais. Vigilância redobrada, negócios triplicados.