Segundo ele, não há dados oficiais para embasar publicação
Os dados do Guia de Consumo Responsável de Pescado Brasil, lançado pela seção brasileira do Fundo Mundial para a Natureza (WWF-Brasil) foram contestados pelo secretário da Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Jorge Seif.
O documento publicado destaca sobrepesca e falta de gestão pesqueira como alguns dos principais problemas da atividade desenvolvida no País. Seif pôs em dúvida a base das informações usadas, já que a última estatística pesqueira oficial realizada é de 2011.
“Não se tem estatística pesqueira desde 2011. Eles estão baseando essas informações onde? Não tem base! A estatística é governamental, as universidades pararam de fazer pesquisas. Eles fizeram com base em que esse relatório? Fizeram pesquisa independente? Registrada onde? Com que autenticidade, com que auditoria?”, questiona o secretário.
De acordo com Seif, o novo governo tem trabalhado para a melhoria do setor. Uma das primeiras medidas, lembrou ele, foi retirar o setor de pesca do controle do Meio Ambiente e transferi-lo para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
“Os governos anteriores falharam com a aquicultura e a pesca? Falharam grave! O governo fez o que há 29 anos ninguém tinha feito, retirar o compartilhamento da pesca de junto do Ministério do Meio Ambiente, o que travava todo o ordenamento pesqueiro no Brasil”, pontua Seif.
A SAP está trabalhando com um Plano Estratégico de oito metas para os quatro anos de governo. A principal é revigorar as estatísticas pesqueiras com um protocolo de rastreabilidade. “Está sendo elaborado um sistema de informações sobre as embarcações brasileiras. O trabalho vai envolver a Marinha do Brasil no recadastramento e monitoramento das embarcações. Novas diretrizes serão estabelecidas para pesca extrativa no Brasil”, ressalta o secretário.
A partir da implantação do projeto, todas as embarcações pesqueiras serão rastreadas, envolvendo a pesca artesanal e a pesca profissional. Seif explica a importância do monitoramento para o país: “O Brasil é uma grande potência, mas se não souber o que é capturado, onde se captura, quem e como captura, não é possível fazer políticas públicas adequadas”.
O secretário ainda destacou que o trabalho está sendo uma novidade, mas bem pautado por entidades e empresários. Seif se queixou que os autores do estudo poderiam ter procurado a secretaria para discutir os dados.
Fonte: MAPA, adaptado pela equipe feed&food.